Após se decepcionar, no passado, ao seguir a indicação do nome do ex-procurador-geral Roberto Gurgel à Procuradoria-Geral da República (PGR), pela lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, ainda em sua campanha eleitoral, que dessa vez não escolheria o próximo candidato com base nessas sugestões da categoria. Abrindo parênteses: Gurgel acabou liberando investigações do MPF contra o próprio Lula, o que desagradou o presidente.
Voltando ao presente, a sucessão de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) tem, ao todo, três nomes mais fortes para a vaga. O mais bem cotado é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco. Além dele, também circulam os nomes dos subprocuradores Antonio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia.
O atual PGR, Aras, encerra sua participação à frente da instituição no fim do mês, no dia 26 de setembro, e Lula é obrigado a escolher um substituto. Com a dispensa da lista tríplice, campanhas informais pipocaram pelos corredores de Brasília, com destaque de Gonet Branco. Segundo auxiliares presidenciais, as conversas devem ocorrer na terça-feira (12/9) e quarta-feira (13/9). Se tudo ocorrer como o esperado, a expectativa é que Lula anuncie sua indicação na quinta-feira (14/9), conforme indicou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Conforme a própria coluna noticiou em agosto, Lula avisou a aliados que escolheria o sucessor de Aras antes do substituto da ministra Rosa Weber no STF.
Na lista tríplice formulada pela PGR neste ano, divulgada em maio, foram definidos os nomes de Luiza Cristina Fonseca Frischeisen (526 votos), Mario Luiz Bonsaglia (465) e José Adonis Callou de Araújo Sá (407). A votação aconteceu em 21 de junho.
Mas, cabe reafirmar, Lula já indicou que não vai segui-la.
Confira, abaixo, os nomes que despontam como favoritos:
Paulo Gustavo Gonet
Paulo Gustavo Gonet está entre os cotados para a PGRGonet tem 62 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Ele conta com apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, de quem é bastante próximo, e Alexandre de Moraes. Ele é o representante do Ministério Público Eleitoral no julgamento no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi considerado inelegível.
Ele é formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB), e doutor em Direito, Estado e Constituição pela mesma instituição. Também fez mestrado em Direitos Humanos na Universidade de Essex, no Reino Unido, e é professor no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Antônio Carlos Bigonha
Bigonha tem 58 anos e nasceu em Ubá (MG). É considerado o candidato preferido dos petistas, e um dos nomes mais progressistas. Também é formado pela UnB, e possui um mestrado em Música na mesma instituição. Ele presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no período de 2007 a 2011.
Mario Bonsaglia
Bonsaglia nasceu em Avaré (SP). Seria um dos candidatos que “correm por fora”. É o único que pertence à lista tríplice (ele já aparece nela desde 2015).
Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), pela qual também é doutor. Ele também atuou no Conselho Nacional do Ministério Público no período de 2009 e 2013.
