Uma luta de décadas de um pai colombiano por justiça pelo estupro e assassinato de sua filha aos 18 anos teve um capítulo decisivo nesta segunda (1º/4), quando policiais federais brasileiros prenderam, numa pousada em Marechal Deodoro (AL), um homem que viveu por quase 30 anos no Brasil com nome falso após cometer o crime.
Nancy Mestre foi morta pelo companheiro, que era 13 anos mais velho do que ela, no réveillon de 1994, em Barranquilha, na Colômbia. Logo após o crime, Jaime Henrique Saade Corman (imagem em destaque, em 1994 e atualmente) fugiu para o Brasil.
Por aqui, adotou o nome de Henrique dos Santos Abdala, casou e teve dois filhos.
Veja uma imagem da vítima, Nancy Mestre:
Ao longo de quase 30 anos, o pai da vítima, Martín Mestre, investigou o paradeiro do assassino da vítima, contratou detetives, fez campanha e pressionou a Justiça de seu país, que acabou condenando Jaime a 27 anos de prisão por homicídio e estupro.
Com condenação e após o pai de Nancy ter encontrado o colombiano em Belo Horizonte, ele foi preso em janeiro de 2020, mas acabou solto no fim daquele ano, quando venceu o prazo da prisão. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, naquela ocasião, a extradição do estrangeiro.
Em julgamento de recurso no mês passado, porém, a mesma Segunda Turma reviu sua posição e autorizou a prisão e envio do colombiano para que cumpra pena em seu país. O ministro Edson Fachin mudou seu voto, que era originalmente contra a extradição. Ele e Nunes Marques seguiram o voto do relator, Gilmar Mendes.
Prisão
O homem havia fugido de BH para o interior de Alagoas, mas foi localizado pela inteligência da PF. Ao ver os agentes, nesta segunda, ele ainda tentou correr, mas não conseguiu fugir.
O homem foi levado para a Superintendência da PF em Maceió e será transferido, na terça-feira (2/5), para Belo Horizonte, onde vai aguardar a extradição para a Colômbia.
A prisão está repercutindo na mídia colombiana, onde o caso teve grande destaque nas últimas décadas.
