Lideranças petistas avaliam a visita de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira (15/2), como uma sinalização para dialogar com o parlamento.
O chefe do BC tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de aliados do petista devido à taxa de juros e a meta de inflação definidas pela instituição. Lula chegou a sugerir que Campos Neto fosse convocado para prestar esclarecimentos ao Senado Federal sobre o assunto.
Ao Metrópoles, lideranças do Partido dos Trabalhadores afirmaram que viram a ida do presidente do BC ao Congresso como uma sinalização para diálogo diante dos pedidos de petistas para convocá-lo ao Senado.
“É uma clara proposta de conversa. Ele já viu que os parlamentares – da Câmara e do Senado – querem a convocação dele e está tentando apaziguar a situação”, disse um dos senadores petistas presente na solenidade.
Críticas de Lula
Campos Neto tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outros petistas pela taxa de juros exercida pelo BC. Para o mandatário, o índice estabelecido pelo Banco Central atrapalha a recuperação da economia brasileira.
Lula também tem criticado a autonomia do Banco Central, aprovada há um ano pelo Congresso Nacional. A independência da instituição, no entanto, é consenso nas duas Casas Legislativas. Parlamentares da base aliada do governo e da oposição avaliam que não há chances de alterar a legislação que deu autonomia ao Banco Central.
Apesar das alfinetadas do presidente, Campos Neto tem adotado tom conciliador diante das críticas. Em entrevista ao programa Roda Viva na última segunda-feira (13/2), o chefe do BC disse que atuará para aproximar a instituição do governo federal.