Homicídio, ameaça e furto: veja antecedentes de extremistas presos

Levantamento realizado pelo Metrópoles encontrou dezenas de processos no TJDFT com alguns dos presos como reús

atualizado 14/01/2023 18:01

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manifestantes bolsoanristas terrorismo sao presos após invasão e destruição no palacio do planalto Igo Estrela/Metrópoles

Desde o último domingo (8/1), mais de 1,3 mil pessoas deram entrada no Sistema Penitenciário do Distrito Federal, presos pelos atos antidemocráticos realizados na Praça dos Três Poderes. Um balanço realizado pelo Metrópoles mostra que alguns dos novos custodiados somam diversas ações criminais anteriores aos atos de vandalismo.

Foram encontrados processos de ameaça, injúria, violência doméstica, descumprimento de medida protetiva e furto, entre outros. O balanço foi baseado na lista divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape) e atualizada na quinta-feira (12/1) – quando havia, no total, 1.167 presos.

Ao todo, 17 pessoas têm, além da ação pelo vandalismo em Brasília, processos em aberto no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT).

Um dos presos por participação nos atos do dia 8, Antônio Geovane Sousa de Sousa, 24 anos, teve um mandato de prisão expedido no próprio domingo por ser suspeito de ter praticado um homicídio.

Entre os registros dos extremistas há, ainda, tráfico de drogas, receptação, uso de documento falso e perseguição. Uma outra mulher, Edna Borges Correa, 54, é ré em um processo que a acusa de cometer o crime de participar de organização criminosa.

Antiterrorismo

Os presos no dia 8 de janeiro podem ser enquadrados na Lei Antiterrorismo. Luiz Antônio Calháo, advogado criminalista, explica que, segundo a legislação vigente, o terrorismo é a prática de atos como ameaça, transporte, guarda ou porte de explosivos, venenos, conteúdos biológicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover a destruição em massa.

A tomada de controle de instalações públicas ou locais onde funcionem os serviços públicos também é ato de terrorismo e pode resultar em uma pena de até 30 anos.

“No entanto, o parágrafo segundo desse mesmo artigo de Lei prevê que ela não se aplica nos casos de conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas. Apesar disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) considera tais atos como terroristas já que alguns ‘radicais’ transportavam explosivos e conteúdos capazes de promover a destruição em massa”, elucida.

“As penas dos presos no ato do dia 8, se enquadrados na lei, podem variar de 12 a 30 anos, a depender do papel que comprovadamente tiveram. Uma pessoa que estava no meio da invasão terá pena distinta daquela que, comprovadamente, danificou bens públicos ou praticou atos de violência contra a polícia. Os manifestantes, a depender do que for comprovado pela investigação, podem ser, sim, enquadrados na Lei Antiterrorismo. O simples ato de ajudar na organização pode ser suficiente para tal enquadramento”, completa.

As audiências de custódia dos detidos pelos vandalismos na Praça dos Três Poderes são realizadas por meio de um mutirão entre o TJDFT e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Servidores

Também até quinta-feira, a Controladoria-Geral do DF (CGDF) identificou três servidores do GDF presos por participarem dos atos antidemocráticos. Todos são lotados na Secretaria de Saúde (SES-DF).

Desses três servidores, dois estão aposentados e apenas um tem vínculo ativo com o GDF. Um deles é  o médico Frederico Rosário Fusco Pessoa de Oliveira, 60. Outros casos estão sob investigação da Controladoria do DF.

Procurada, a secretaria informou que os servidores civis, em exercício, que forem identificados como tendo participado ou contribuído nos atos de invasão e vandalismo registrados na Praça dos Três Poderes, serão “responsabilizados no rigor da lei.”

Veja fotos dos bolsonaristas presos:

18 imagens
As prisões ocorreram logo após os atos serem contidos
Detidos foram levados a um ginásio da Polícia Federal
Forças de segurança atuaram para conter os vândalos
Pessoas detidas no Palácio do Planalto
Foram mais de 1 mil prisões
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Após os atos de vandalismos, centenas de pessoas foram presas

Luís Nova/Especial Metrópoles
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As prisões ocorreram logo após os atos serem contidos

Luís Nova/Especial Metrópoles
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Detidos foram levados a um ginásio da Polícia Federal

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Forças de segurança atuaram para conter os vândalos

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Pessoas detidas no Palácio do Planalto

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Foram mais de 1 mil prisões

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Militares observam detidos no palácio

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PM revista mochila de homem detido

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Militares observam detidos no palácio

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PM escolta um dos presos

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Corregedoria da PMDF apura denúncia contra o comandante do Departamento de Operações

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Prisões no Palácio do Planalto

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Manifestantes bolsonaristas são detidos após invasão ao Palácio do Planalto

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O palácio ficou destruído após a ação dos vândalos

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PMs e bombeiros na ação de captura dos radicais

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A ação ocorreu em 8 de janeiro

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Militares observam detidos no palácio

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Movimentação de PMs e bombeiros no Palácio do Planalto

Luís Nova/Especial Metrópoles


* Na primeira versão deste texto, a reportagem trazia a informação de que “uma das poucas mulheres presas e com antecedentes, Verona Dias Vilchez, 37, responde na Justiça por furto e injúria”. Porém, às 17h deste sábado, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) informou que o nome dela foi incluído na lista de terroristas presos no último domingo por engano. Verona, de fato, responde pelos crimes acima citados, mas não está envolvida nos atentados ocorridos contra as sedes dos Três Poderes, na semana passada.

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