Oito em cada 10 operações da Força Nacional estão na Amazônia Legal

Operações ativas da Força Nacional se concentram na Região Norte, em especial em terras indígenas e em ações contra crimes ambientais

atualizado 03/10/2023 16:58

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Foto colorida da Força Nacional em Brasília - Metrópoles Igo Estrela/ Metrópoles

De todas as operações da Força Nacional no país atualmente, 83% estão concentradas em estados da Amazônia Legal. A maior parte ocorre em áreas indígenas ou voltada para ações de combate a crimes ambientais, como desmatamento e garimpo ilegal.

É o que demonstra levantamento do Metrópoles a partir de dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) recebidos via Lei de Acesso à Informação.

Criada no governo Lula, em 2004, a Força Nacional funciona como complemento para ajudar os estados em momentos de crise, mas, muitas vezes, acaba se tornando um apoio constante em áreas de risco.

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Integrantes da Força Nacional durante solenidade em Brasília (DF)
Maior parte das ações da Força Nacional é em terra indígena
Força Nacional foi criada em 2004 durante o governo Lula
Integrantes da Força Nacional se preparam para protesto contra cortes da Educação em 2019
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Força Nacional participa de solenidade em Brasília (DF)

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Integrantes da Força Nacional durante solenidade em Brasília (DF)

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Maior parte das ações da Força Nacional é em terra indígena

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Força Nacional foi criada em 2004 durante o governo Lula

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Integrantes da Força Nacional se preparam para protesto contra cortes da Educação em 2019

Andre Borges/ Esp. Metrópoles

É o caso, por exemplo, de Vitória do Xingu, no Pará, onde a operação da Força Nacional perdura desde novembro de 2012, iniciada com as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Há mais de 10 anos, o convênio com o Ministério de Minas e Energia é renovado.

Operação complexa

Também é no Pará a cidade de São Félix do Xingu, onde a Força Nacional atua desde janeiro de 2016 no processo de desintrusão da terra indígena Apyterewa. Desintrusão é o nome dado à retirada de invasores de áreas indígenas demarcadas.

Das 58 operações ativas da Força Nacional atualmente, 16 ficam no estado do Pará, o que representa 28% do total, a maior fatia. Os outros três estados com mais operações são Roraima (14%), Acre (9%) e Paraná (9%). Veja:

Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), uma nova leva de integrantes da Força Nacional foi enviada para a terra indígena Apyterewa, e também para a Trincheira Bacajá. A área com 28 aldeias é ocupada tradicionalmente pelo povo Parakanã, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, nessa segunda-feira (2/10), que a retirada de cerca de 2 mil invasores começou nesta semana. “É uma operação bastante desafiadora. Uma desintrusão de terra indígena bastante complexa, cumprindo uma ordem da Justiça Federal e do STF”, detalhou Dino.

Veja a lista completa de operações:

Preenchendo ausências

Coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o pesquisador David Marques entende que a Força Nacional acaba ocupando espaço deixado pela ausência de mais servidores em órgãos das áreas ambiental e indígena, como a Funai, o Ibama e o ICMBio.

“A Força Nacional acaba sendo uma ferramenta um pouco mais fácil, e um pouco menos custosa de se utilizar, na ausência de uma arquitetura institucional um pouco mais robusta do governo federal nessas áreas”, avaliou o pesquisador.

Segundo David, muitas vezes, essa presença da Força Nacional na Amazônia não é com efetivo grande, mas com continuidade maior ao longo do tempo.

Relatório do Instituto Sou da Paz que analisa a gestão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostra que as ações da Força Nacional nos últimos quatro anos também se concentraram em áreas indígenas.

A Força Nacional funciona como uma espécie de convênio dos estados com o governo federal. As unidades da Federação emprestam policiais, e o governo federal paga diárias para as operações da corporação.

“Ela tem essa característica de servidores mobilizados. Então,  acaba não tendo um corpo profissional estável ali dentro, que vai desenvolver a expertise específica para os tipos de missões que a Força é demandada a fazer”, alertou David Marques.

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