O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que a pasta não tem imagens de circuito de monitoramento interno das idas do hacker Walter Delgatti ao prédio do Ministério da Defesa. A declaração ocorreu na saída do prédio da Polícia Federal (PF), na tarde desta quarta-feira (23/8).
“Fizemos [uma varredura]. Não existem imagens nas câmeras porque elas têm um prazo de duração. Não existe nenhum registro, por isso que nós estamos insistindo e pedimos à Polícia Federal para que nos desse o nome [dos militares envolvidos] para que, a partir daí, nós pudéssemos fazer uma sequência de investigações”, disse.
Múcio disse não ter qualquer informação sobre as idas de Delgatti ao prédio da pasta “nem nas câmeras nem nos registros”. Dessa forma, a continuidade das investigações da pasta dependeria do acesso aos nomes dos militares.
À CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ) do 8 de janeiro, Delgatti disse ter ido ao Ministério da Defesa cinco vezes.
O chefe da Defesa estava na sede da PF, em Brasília, para se encontrar com Andrei Passos, diretor-geral da corporação. Segundo Múcio, o encontro para convidá-lo para as comemorações do Dia do Soldado, em 25 de agosto, e estreitar os laços, além de tratar da questão que envolve Delgatti.
Em entrevista à GloboNews, mais cedo, Múcio disse que pretende individualizar a conduta dos militares que se encontraram com o hacker Walter Delgatti, para, assim, puni-los, e condenou a responsabilização generalizada às Forças Armadas.
“É importantíssimo para as forças armadas que essas coisas sejam esclarecidas. A sociedade precisa dessa satisfação e as Forças Armadas precisam sair do nível de suspeição”, disse.
Pedido de informação
Mais cedo, como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, a Polícia Federal (PF) negou o pedido de Múcio para fornecer informações sobre o depoimento do hacker. O objetivo de Múcio era ter detalhes dos encontros que Delgatti disse que teve no Ministério da Defesa.
A Polícia Federal disse ao Ministério da Defesa que Delgatti foi ouvido em um inquérito policial sigiloso e, por isso, qualquer pedido de informações deve ser encaminhado ao relator do caso no STF, Alexandre de Moraes. O ministro da Defesa disse que encaminhou a demanda ao ministro.
