Morre Adriana Dias, pesquisadora e colaboradora da equipe de transição

Adriana Dias lutava contra um câncer e morreu neste domingo. Ela estudava o neonazismo e colabrorou com a equipe de transição de Lula

atualizado 29/01/2023 17:08

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Agência Senado

Considerada uma das referências em pesquisa sobre o neonazismo no Brasil, a cientista Adriana Dias morreu neste domingo (29/1). Ela lutava contra um câncer e colaborou com a equipe de transição do governo Lula, instaurada no fim do ano passado, na área de direitos humanos.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, emitiu na tarde deste domingo uma nota de pesar. Ele afirmou que Adriana Dias foi uma figura importante na composição da nova gestão. Ela era cientista, pesquisadora e doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Adriana foi uma mulher com deficiência de referência para nós e nos estudos sobre neonazismo. Aguerrida ativista pelos direitos humanos, colaborou na efetiva denúncia de ações nazistas no Brasil. Feminista por ideologia, Adriana integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência. Foi também coordenadora da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19. Expressamos aqui nossa homenagem em agradecimento a essa grande mulher, e enviamos nossos sentimentos à família”, diz a nota.

Imagem colorida da antropóloga Adriana Dias discursando
A antropóloga Adriana Dias no Senado

Em 2021, uma reportagem do The Intercept mostrou que Adriana Dias encontrou uma carta assinada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) publicada em sites neonazistas. O documento, datado de 2004, quando o mandatário era deputado federal, versa sobre um pedido de homenagem aos militares que atuaram na repressão à Guerrilha do Araguaia. Não é possível dizer se o então parlamentar se referia aos integrantes do grupo ou a outra pessoa.

Adriana Dias identificou centenas de células nazistas

A pesquisadora começou seus trabalhos sobre neonazismo durante a conclusão do curso de Ciências Sociais, na Universidade Estadual de Campinas. Desde então, identificou 334 células neonazistas em atividade no País. São grupos que variam entre hitleristas, supremacistas brancos, Klu Klux Klan, separatistas, negacionistas do Holocausto etc.

“Não é caso de alarmismo. É de alarme. A sociedade brasileira está nazificando-se. As pessoas que tinham a ideia de supremacia guardada em si viram o recrudescimento da direita e agora estão podendo falar do assunto com certa tranquilidade. Precisamos abordar o tema para ativar o sinal de alerta. Justamente para não dar palanque a essas ideias, precisamos falar sobre criminalização de movimentos de ódio e resgatar a questão crucial: compartilhar humanidades”, disse Adriana em entrevista à Deutsche Welle.

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