O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), declarou, nesta quarta-feira (16/8), que o Operador Nacional do Sistema (ONS) ainda não encontrou as causas técnicas pelo apagão que deixou cerca de 29 milhões de pessoas sem energia elétrica na terça-feira (15/8).
Silveira pediu ao Ministério da Justiça, na própria terça, a abertura de uma investigação junto a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para apurar as possíveis causas da falta de energia.
“Mais do que nunca é necessária a participação [da Polícia Federal], já que o ONS não apontou falha técnica que pudesse causar na dimensão que foi. Doutor Andrei [Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal] esteve comigo agora”, disse Silveira.
O ministro de Minas e Energia se encontrou com representantes da ONS para discutir as possíveis causas do apagão. Silveira informou que até o momento apenas uma falha foi detectada, ela aconteceu no sistema da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), ligada à Eletrobras, em Quixadá, no Ceará.
“A Chesf admitiu o erro que não protegeu o sistema adequadamente nessa linha de transmissão”, afirmou o ministro. No entanto, Silveira destaca que apenas o incidente no Ceará não seria capaz de causar o apagão dessa terça.
O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, se reuniu com Silveira e falou após o encontro que ainda não se pode afirmar que a falta de energia em todas as regiões do Brasil foi ocasionado por falha humana.
“ONS é órgão técnico, o RAP [relatório] é uma sequência de reuniões que são realizadas entre o ONS e agentes envolvidos. Faz análise técnica. Fator humano é fator analisado do ponto de vista técnico. Pode ter havido falha humana? Pode, mas hoje não podemos afirmar”, ressalta Ciocchi.
Polícia Federal
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), pediu à PF que investigue as possíveis causas do apagão. “A providência é necessária em face da ausência de elementos técnicos, até o momento, que expliquem o que ocorreu. Assim é prudente uma análise mais ampla, inclusive quanto à possibilidade de ilícitos”, publicou o ministro em uma rede social.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também se encontrou com o ministro de Minas e Energia para discutir a investigação.
