Desmatamento no Cerrado aumentou 35% no 1º trimestre de 2023

Desmatamento no Cerrado atingiu 188,2 mil hectares nos primeiros três meses. O município com maior índice foi São Desidério, na Bahia

atualizado 13/04/2023 19:31

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Foto colorida de área de cerrado desmatada para plantio no município de Alto Paraíso - Metrópoles Marcelo Camargo/Agência Brasil

O desmatamento no Cerrado cresceu cerca de 35%, no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A destruição da savana chegou a 188,2 mil hectares contra 139,8 mil hectares registrados nos três primeiros meses de 2022, segundo dados divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), nesta sexta-feira (14/4).

Apesar do aumento registrado no primeiro trimestre, o mês de março teve uma queda nos alertas de desmatamento em relação a fevereiro deste ano, uma retração de 31,9 mil hectares de floresta destruídos.

Entretanto, em comparação com o mês de março do ano passado, houve um aumento de 37,7%.

Os dados são da ferramenta de monitoramento do bioma desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) em parceria com a rede MapBiomas e com a Universidade Federal de Goiás (UFG).

Com o alto índice de desflorestação no primeiro trimestre, a pesquisadora do Ipam Fernanda Ribeiro afirma que é necessário cautela para interpretar os dados, uma vez que o período de chuva pode aumentar o tempo para detectar os atletas de destruição das florestas pelo SAD Cerrado.

“É necessário cautela ao interpretar os dados de desmatamento na época de chuva. A alta cobertura de nuvens nessa época pode aumentar o tempo de detecção dos alertas de desmatamento pelo SAD Cerrado. Portanto, um desmatamento que ocorreu em janeiro ou fevereiro pode estar sendo detectado somente agora em março devido à presença de nuvens naquela área nos meses anteriores”, explica Fernanda Ribeiro.

“Normalmente temos uma baixa detecção de alertas na época chuvosa devido à cobertura de nuvens, e também devido ao próprio calendário agrícola. Por isso, esse aumento significativo de desmatamento no primeiro trimestre em relação aos últimos dois anos é bastante preocupante”, completou Ribeiro.

Segundo o Ipam, o aumento no desmate acontece principalmente dentro da fronteira agrícola do Matopiba – que compreende os estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. No trimestre, a região concentrou 64% da devastação florestal do bioma.

A Bahia concentra 25% dos alertas de desmatamento entre janeiro e março deste ano. O município baiano de São Desidério apresenta as maiores taxas de desflorestação, com 12 mil hectares destruídos no primeiro trimestre, o índice corresponde a 25% de todo a destruição da floresta na porção de Cerrado do estado no período.

“O oeste da Bahia tem se destacado com o aumento do desmatamento nos últimos meses. Só no último trimestre foram 47,8 mil hectares derrubados na região. Isso afeta diretamente a manutenção da biodiversidade local e nos modos de vida das populações tradicionais. Essa expansão está ocorrendo em áreas de alta importância para manutenção da conectividade entre áreas protegidas da região, e também dentro de territórios tradicionais, fomentando diversos conflitos sociais na região”, afirma a pesquisadora do Ipam Tarsila Cutrim.

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