O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca neste sábado (8/7) em Léticia – cidade na Colômbia, localizada na tríplice fronteira com o Brasil e o Peru–, para participar da Reunião Técnico-Científica da Amazônia, a convite do mandatário colombiano, Gustavo Petro.
Esta é a terceira viagem de Lula a um país da América do Sul desde que assumiu o mandato, em janeiro. Ainda no primeiro mês do ano, o petista visitou à Argentina e ao Uruguai. Ao todo, o presidente esteve em 12 nações estrangeiras em apenas seis meses do governo, e ficou mais de 30 dias fora do Brasil.
Em território colombiano, Lula tem uma agenda bilateral marcada com o presidente Gustavo Petro. Líderes de países que dividem mais de 1,6 mil km de fronteira, os dois devem discutir temas ligados à cooperação regional, com foco em investimentos nas áreas de infraestrutura, defesa e segurança.
Amazônia no centro das atenções
O fórum de debates científicos sobre a Amazônia começou na última quarta-feira (5) e é considerado pelo governo brasileiro uma espécie de “preparação” para a cúpula dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O encontro de países será em 8 de agosto.
Durante a reunião, representantes dos oito membros (Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) discutem estratégias para a preservação do meio ambiente e uso sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica. A presença de Lula será no evento de encerramento da reunião.
O encontro reforça a importância da preservação do bioma nas discussões geopolíticas e ambientias, culminando na realização da Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, em 2025. Esta será a primeira vez que o encontro será realizado em um local que abriga o bioma de floresta tropical.
A preservação da Amazônia tem sido um tema central da diplomacia brasileira durante o terceiro governo Lula. Logo após as eleições, o mandatário brasileiro viajou para a COP26, no Egito, e prometeu reposicionar o país como protagonista na agenda ambiental de combate às mudanças climáticas, em contraste à gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
Ao longo dos últimos meses, países como Estados Unidos, Reino Unido e Suíça anunciaram que pretendem se juntar a Alemanha e Noruega, com investimentos ao Fundo Amazônia. O combate ao desmatamento também é um fator importante para destravar acordos comerciais com parceiros, como a concretização do tratado do Mercosul com a União Europeia.
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
Criado por iniciativa da diplomacia brasileira, o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) foi assinado em 1978 pelos oito países sul-americanos pelos quais o bioma se estende, e entrou em vigor em 1980.
Ele tem como principal objetivo promover o desenvolvimento harmônico na Amazônia e o bem-estar de suas populações, e reforçar a soberania dos países membros sobre seus territórios.
Segundo o Itamaraty, a Cúpula da Amazônia é voltada para fortalecer a organização do tratado, para que ela tenha condição de apoiar os países da região na realização das iniciativas e dos projetos necessários ao desenvolvimento sustentável da região.
O Brasil retomou recentemente, a convite, a participação como país garante na Mesa de Diálogos de Paz entre o Governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional. A Colômbia é o quarto maior parceiro do país na região, atrás de Argentina, Chile e México. Até maio passado, a balança comercial entre os países ultrapassou a marca de US$ 2,9 bilhões.