Lula terá que fazer exame de Covid antes de encontrar líder chinês

A comitiva presidencial de Lula tem experimentado a força da mão de ferro do governo da China na organização da visita a Xi Jinping

atualizado 12/04/2023 16:54

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Lula mostra carteirinha de vacinação - Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

Xangai – A comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem experimentado, na organização da agenda de encontros dele com autoridades chinesas, o amargo sabor das restrições e das exigências impostas com mão de ferro pelo regime comunista.

Até o próprio Lula será obrigado, por exemplo, a se submeter a um teste de Covid-19 antes de se encontrar com o presidente Xi Jinping, num esforço para eliminar o risco de o líder chinês ser contaminado pelo coronavírus.

Assim como todos os demais integrantes da comitiva que vão acompanhá-lo na visita a Xi Jinping no Grande Palácio do Povo, nesta sexta-feira (14/4), o presidente brasileiro terá de fazer o exame nas 24 horas que antecedem a visita oficial.

Com um detalhe: a coleta até poderá ser feita pela equipe médica que acompanha Lula, mas o processamento do teste precisa, necessariamente, ser realizado por funcionários autorizados pelo governo local.

Marco zero da pandemia, que começou na cidade de Wuhan, a China adotou medidas rigorosas até recentemente para conter a disseminação do vírus no país. A chamada política de “Covid zero” do governo de Xi Jinping, a qual previa o isolamento total de áreas inteiras a partir do surgimento de um único caso da doença nas proximidades, provocou protestos populares — coisa rara no país — que logo foram duramente contidos pelas forças oficiais. O relaxamento das medidas só veio recentemente, mas na cúpula do poder ainda há um certo pavor, como se pode notar pela exigência de exames feita até ao presidente brasileiro.

Proibição de transmissões

As exigências e restrições chinesas são especialmente curiosas nas cerimônias em si. Tanto na reunião com Xi Jinping quanto nos encontros que terá com o primeiro-ministro chinês e com presidente da Assembleia Nacional Popular, o congresso do país, até o próprio staff de Lula poderá registrar e gravar apenas a parte inicial – e sem chances de transmitir ao vivo, por qualquer meio.

No país asiático, onde o governo controla tudo, é expressamente proibido fazer transmissões em tempo real de dentro do palácio. Aquilo que é possível registrar com câmeras e gravador, caso da parte inicial das reuniões que os chineses permitirão que o staff presidencial brasileiro acompanhe, só pode ser levado ao público depois de acontecer – desde que não tenha ocorrido, evidentemente, nada fora do esquadro, nenhum contratempo que possa gerar algum constrangimento ou outro problema.

As imagens e gravações podem circular até no minuto seguinte, se for o caso. Mas durante, ao vivo, enquanto acontece, é absolutamente proibido. Para a própria equipe de Lula, inclusive. É, por óbvio, uma forma de o regime chinês ter domínio sobre o que se passa. Nada, afinal, pode sair do controle.

As regras se estendem a outros compromissos da agenda. Ainda na sexta, sem ser acompanhado por nenhum alto funcionário do governo chinês, Lula depositará flores no túmulo dos “Heróis do Povo”, na Praça da Paz Celestial, um dos locais mais protegidos de Pequim desde os protestos do fim dos anos 1980 que resultaram no conhecido massacre de manifestantes pró-democracia.

Além de não permitirem que jornalistas que cobrem a visita acompanhem o compromisso, por entenderem que a cobertura de uma homenagem do tipo é quase uma ofensa, os chineses limitaram o número de pessoas que poderão acompanhar o presidente. O número de auxiliares que estarão com Lula nas reuniões oficiais também é limitadíssimo. O governo brasileiro trouxe para a China um intérprete para traduzir as reuniões para o presidente.

Xi Jinping não fará qualquer pronunciamento ao lado de Lula, como costuma ser praxe em encontros entre chefes de estado – mais uma limitação do rígido protocolo chinês. Durante o encontro com do presidente brasileiro com o líder chinês, a primeira-dama, Janja da Silva, terá compromissos com a primeira-dama da China no interior do próprio Grande Palácio do Povo.

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