O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (19/7), em Bruxelas, na Bélgica, que os países precisam entender a necessidade de colher os frutos da competitividade no que diz respeito à relação dos acordos entre Brasil e União Europeia (UE). Além disso, ele destacou que o Mercosul, bloco econômico ao qual preside, retornará com uma resposta para a UE em até três semanas.
“Se os Estados Unidos não querem fazer investimento, tem gente que quer. Se a Europa não quer fazer acordo, tem quem quer”, afirmou Lula.
“Como estamos na era da competitividade, as pessoas precisam entender que é preciso desfrutar disso. A América Latina é um mercado muito importante para a UE.”, completou.
A entrevista coletiva pode ser conferida na íntegra aqui.
O mandatário está em Bruxelas por causa da cúpula de Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da UE.
Lula afirmou estar “otimista” pela primeira vez sobre o acordo entre UE e Brasil e pressupôs que ele seja firmado até o fim do ano, após mais de 20 anos de negociações.
A expectativa do presidente é de que o tratado permita a reindustrialização do país. Ele ainda afirmou que não desistirá da cláusula de compras governamentais.
É que, durante as negociações, documento enviado pelos europeus pedia por compromissos ambientais no intuito de fechar o acordo comercial, e a carta foi considerada de teor “agressivo”.
“Nós fizemos a resposta brasileira. A resposta brasileira está sendo discutida com os quatro países, e depois, nós vamos, daqui a duas semanas, três semanas, nós vamos entregar definitivamente a proposta para a União Europeia”, adiantou Lula.
O mandatário também reafirmou o compromisso em acabar com o desmatamento na Amazônia e se comprometeu em apresentar, até agosto, proposta de transição energética e ecológica para o Brasil.
O que é o acordo entre UE e Mercosul
Um acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul começou a ser negociado ainda nos anos 2000. O texto aceito pelos dois lados foi concluído somente em 2019, abrangendo eliminação de tarifas de importação para quase todos os produtos, além de medidas sanitárias e regulatórias, propriedade intelectual e outras frentes.
Apesar de o acordo ter sido comemorado, os passos seguintes ficaram estagnados desde então. E um novo entrave veio neste ano, quando a União Europeia enviou uma carta adicional com novas demandas (a chamada side letter), à qual Lula afirmou que responderá em até três semanas.
