“Não podemos perder guerra contra o garimpo”, diz Lula sobre Yanomamis

Presidente Lula convocou nova reunião para discutir questão indígena no Brasil, quase um ano após estado de emergência na terra Yanomami

atualizado 09/01/2024 12:38

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Foto colorida mostra Lula com o cacique Raoni, durante evento de demarcação de terras indígenas - Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião, nesta terça-feira (9/1), com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e demais ministros; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para debater as ações do governo voltadas para os povos Yanomami.

Em discurso no início da reunião, o petista defendeu que o governo não pode “perder uma guerra” para o garimpo ilegal e o desmatamento.

“A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, questão indígena, dos Yanomami, como uma questão de Estado. A gente vai ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter, porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina”, declarou o presidente.

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FAB resgata indígenas durante ataque a terra Yanomami, em julho

Reprodução
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PRF apreende armas de garimpeiros em terra Yanomami

PRF/Divulgação
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Operação na Terra Indígena Yanomami destrói barracas de garimpeiros

Polícia Federal/Polícia Federal
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Corpo de menina de 7 anos morta em ataque contra Terra Yanomami é encontrado

Divulgação / CBMR
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Lula e Janja se encontraram com a associação Suraras do Tapajós, o primeiro grupo de carimbó de mulheres indígenas do país

Secom/PR
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Presidente Lula participou de evento com indígenas em Brasília em abril

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Lula durante visita a indígenas acampados em Brasília

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Lula ao lado de indígenas

Ricardo Stuckert

O chefe do Planalto frisou que a reunião desta terça é para definir o que o governo vai fazer para evitar que os indígenas brasileiros continuem sendo vítimas de massacres, do vandalismo e do garimpo. “Essas áreas estão preservadas e têm donos, que são os indígenas.”

Entre janeiro e novembro de 2023, 308 pessoas da etnia morreram na terra indígena, das quais, 52,5% são crianças de até 4 anos. A informação consta no relatório mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde (Sesai).

Lula insatisfeito com trabalho junto a indígenas

Segundo apurou o Metrópoles, o encontro ocorre após uma reunião tensa, em 22 de dezembro, na qual o petista cobrou da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas planos de ação efetivos na Terra Indígena Yanomami. Lula teria ficado insatisfeito com o trabalho realizado ao longo do ano na região.

Em 21 de dezembro, a Justiça Federal em Roraima determinou uma audiência para a criação de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na terra indígena.

A decisão atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF), feito dias antes, diante da permanência de invasores no território, o que afeta a segurança, a saúde e a vida dos povos indígenas.

Participam da reunião, nesta terça-feira (9/1), os seguintes ministros e autoridades:

  • Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
  • Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil
  • Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
  • José Mucio, ministro da Defesa
  • Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social
  • Nísia Trindade, ministra da Saúde
  • Esther Dweck, ministra da Gestão
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
  • Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos
  • Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
  • Márcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral
  • Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais
  • Paulo Pimenta, ministro da Secom
  • Jorge Messias, Advogado-Geral da União
  • Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA)
  • Miriam Belchior, Secretária-Executiva da Casa Civil da PR
  • Andrei Rodrigues, Diretor-Geral da Polícia Federal
  • Joenia Wapichana, presidenta da Funai
  • Humberto Freire de Barros, diretor a Amazônia e Meio Ambiente da PF

Emergência na terra indígena

Há cerca de um ano, o Ministério da Saúde decretou estado de emergência nas terras da etnia indígena, em Roraima. A situação fez o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, viajarem para Roraima em 21 de janeiro do ano passado.

Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomami, a população se viu no epicentro de uma crise sanitária. Além de a atividade de garimpo ilegal provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses, foram registradas diversas mortes por desnutrição.

A exploração do garimpo ilegal também resultou na incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde contribuiu para o quadro.

Ao longo do ano passado, o governo federal trabalhou na retirada de não indígenas dos territórios demarcados e conta com a mobilização de mais de 300 servidores de 14 órgãos diferentes, incluindo a Força Nacional e a Funai.

A operação do Executivo teve início em 2 de outubro, após duas decisões para desocupação das terras indígenas, uma expedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outra pela Justiça Federal.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), a desintrusão dos territórios não foi concluída até a data estipulada, 30 de outubro de 2023.

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