O relato da jornalista Marcella Centofanti sobre uma arrojada tentativa de golpe viralizou no Twitter na noite nessa terça-feira (7/2). Em uma publicação, que acumula mais de 20 mil curtidas, ela conta que um homem, se apresentando como funcionário do Itaú, entrou em contato para alertar sobre uma suposta invasão em sua conta bancária. Segundo ela, o golpista tinha acesso a todas as movimentações recentes da conta.
“Articulado e com um tom de voz calmo, pediu para confirmar as minhas últimas operações bancárias. Ele citou o que saiu e entrou na minha conta nos últimos dias. Pix que eu fiz e recebi, com nomes e valores, além de débitos automáticos precisos nos centavos. O meu saldo. Tudo exato”, narrou.
A jornalista seguiu contando que o homem a orientou a fazer um boletim de ocorrência e criar uma nova senha para o aplicativo do banco, que havia sido bloqueado.
O golpista também afirmou que dois telefones desconhecidos, de Santo André (SP), invadiram a conta e fizeram três depósitos com valores entre R$ 9 mil e R$ 10 mil. Em seguida, pediu para que ela devolvesse o valor que supostamente havia sido depositado.
“Ele queria que eu fizesse a mesma transferência que o bandido do IPhone de Santo André fez, com o mesmo valor, para a mesma conta. Dessa forma, o banco reconheceria a duplicidade e cancelaria a operação. Foi só nessa hora que eu desconfiei de verdade”, disse.
Ao entrar em contato com a gerente do banco, Centofanti confirmou que tratava-se de um golpe. “Até agora não faço ideia de como isso aconteceu. Nenhuma outra pessoa tem acesso ao meu app. A senha de lá era única. Não clico em links de banco”, reclamou a jornalista.
“O detalhe mais importante desse golpe é o acesso ao meu extrato bancário do dia. Foi isso que me fez acreditar na veracidade da chamada. Esse dado sigiloso só pode ter sido vazado pelo banco”, cobrou.
Nas respostas ao post, internautas relataram já ter caído em golpes do mesmo tipo.
ALERTA DE GOLPE. Quase caí num golpe de pix hoje. Um cara me ligou dizendo ser funcionário do Itaú. Disse que a minha conta havia sido invadida e, por medida de segurança, bloqueada. Articulado e com um tom de voz calmo, pediu pra confirmar as minhas últimas operações (cont)
— Marcella Centofanti (@marcellacento) February 8, 2023
O Metrópoles pediu um posicionamento do Itaú sobre o caso e questionou como o golpista teve acesso aos dados da cliente. Em resposta, o banco afirmou que investe em tecnologias para fortalecimento de sistemas, aplicativos e sigilo de informações e segue com rigor as diretrizes dos órgãos reguladores.
“Neste sentido, esclarece que ligações recebidas pelos clientes solicitando qualquer documento, senhas, dados cadastrais e financeiros, estornos ou a realização de transferências não são práticas da instituição, portanto, os clientes não devem, em hipótese alguma, digitar ou informar senhas no aparelho telefônico quando não efetuaram a ligação de forma ativa e espontânea. Seguindo rigorosamente essas práticas, os golpistas não terão qualquer forma de acessar ou movimentar indevidamente a conta corrente do cliente.”
Caso desconfie da abordagem, a instituição financeira orienta o cliente a desligar a ligação e entrar em contato com a central de atendimento ou com o gerente bancário.
Já o Banco Central informou que não tem competência legal para atuar em casos que eventualmente possam cair na esfera criminal. O órgão alerta ainda que, em casos como esses, a vítima deve procurar a polícia para que seja instaurada uma investigação.
“Caso queira, o cidadão pode entrar em contato com a instituição financeira para buscar esclarecimentos, seja no local do atendimento, no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou na ouvidoria da instituição. Caso a situação não seja resolvida e o cidadão continue insatisfeito, ele pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor (Procon do seu estado) ou ao Poder Judiciário.”
