A Polícia Civil encontrou o corpo de um homem indígena Guajajara, incialmente com marcas de tiro, no município de Grajaú, no Maranhão, às margens da BR-226, nessa terça-feira (24/1). José Inácio Guajajara, de 46 anos, morreu na Terra Indígena Cana Brava, após uma sucessão de ataques e assassinatos de pessoas da comunidade.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz (MA), nessa quarta (25/1). Preliminarmente, o IML divulgou a morte a partir de causas naturais. As informações são do portal G1.
Assassinatos de indígenas preocupam autoridades
A morte de José Guajajara acontece poucos dias depois que dois jovens indígenas foram vítimas de tentativa de homicídio na Aldeia Maranuí, entre os municípios maranhenses de Arame e Grajaú.
No dia 9 de janeiro, Benedito Guajajara e Júnior Guajajara foram baleados na cabeça por homens em um carro enquanto saíam de uma festa na Aldeia Tiririca. Os dois estão internados na UTI de um hospital da região. Mais uma vez, nenhum suspeito foi preso.
Em 2022, outros três assassinatos de Guajajaras terminaram sem desfecho ou explicação. O indígena Antônio Cafeteiro Silva Guajajara morreu após ser pego em uma emboscada, na cidade de Arame, no dia 11 de setembro. A vítima foi alvejada com seis tiros.
Janildo Oliveira Guajajara, antigo Guardião da Floresta da aldeia, também foi executado com tiros nas costas, no município de Amarante do Maranhão, em 3 de setembro; mesmo dia, inclusive, em que Israel Carlos Miranda Guajajara morreu atropelado, em Arame.
Um dia antes da polícia encontrar o corpo de José Guajajara nessa terça, em Grajaú, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se reuniu com lideranças da Terra Indígena Araribóia para ouvir, da própria comunidade, sobre os ataques aos povos originários maranhenses no último ano.
