O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quinta-feira (1º/6), que prevê alta de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano. A fala ocorre após o país superar expectativas e avançar 1,9% no PIB do 1º trimestre, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nós estamos, já há algum tempo, dizendo que o crescimento deste ano vai bater 2%. Nós [com a divulgação dos dados relativos ao 1º trimestre] confirmamos as projeções da Secretaria de Política Econômica, mas devemos ter cautela, porque o agro veio muito forte”, disse o ministro.
O chefe da pasta federal destacou a necessidade de começar a se pensar em 2024, uma vez que o cenário favorece a geração de empregos. “Temos uma oportunidade muito boa, porque a inflação está controlada, e juros futuros caem sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária”, destacou Haddad.
“O esforço fiscal continuará sendo feito até o fim do ano, para garantir os resultados do novo marco fiscal. Tudo isso se combina virtuosamente para que nós possamos entrar em um ciclo de desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
Questionado por jornalistas se os resultados poderiam influenciar uma eventual redução dos juros pelo Banco Central (BC) ainda em junho, Haddad disse que sua posição é conhecida e que mantém diálogo permanente com a instituição.
O ministro explicou que, nesta quinta-feira (1º/6), encontrou-se com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um almoço. “Conversamos longamente sobre o cenário econômico em 2023, 2024 e 2025. Nós estamos trocando impressões o tempo todo”, contou.
Resultado acima do esperado
Segundo dados divulgados nesta quinta pelo IBGE, o Produto Interno Bruto do país avançou 1,9% entre janeiro e março deste ano, na comparação com o trimestre anterior.
O resultado veio acima das estimativas do mercado, que giravam em torno de 1,3%. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o PIB do Brasil teve alta de 4%, também acima das projeções. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento foi de 3,3%.
A alta se deve, principalmente, à força do setor agropecuário. No primeiro trimestre do ano, a alta do setor foi de 21,6% – a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.
