Guajajara diz que crise na terra Yanomami não será resolvida em 2024

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, cita dificuldades para combater a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami

atualizado 16/01/2024 19:56

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Foto colorida de população Yanomami - Metrópoles Rovena Rosa/Agência Brasil

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSol), relatou as dificuldades no combate à crise humanitária na Terra Indígena (T.I.) Yanomami e admitiu que o problema não será resolvido neste ano. A declaração ocorreu durante uma transmissão ao vivo realizada nas redes sociais da pasta.

“Para quem não conhece o território, é importante entender a complexidade da situação. E não pensar: ‘Passado um ano, não se deu conta’. Ou: ‘Ah, em um ano vai resolver’. Não resolvem e, possivelmente, não se resolverá em toda a sua dimensão em 2024”, disse a ministra.

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Atendimento de indígenas Yanomami em fevereiro de 2023
Operação na Terra Indígena Yanomami destrói barracas de garimpeiros
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Área de garimpo na terra Yanomami

Evilene Paixao/Hutukara
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Atendimento de indígenas Yanomami em fevereiro de 2023

Fernando Frazão/ Agência Brasil
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Operação na Terra Indígena Yanomami destrói barracas de garimpeiros

Polícia Federal/Polícia Federal

O Ministério dos Povos Indígenas tem sido alvo de críticas sobre as ações implementadas na T.I. Yanomami e a demora para a retirada de garimpeiros ilegais de dentro do território protegido.

“Devido à toda a complexidade, as ações realizadas até agora não foram suficientes para restabelecer tudo o que precisa. Esse tempo de um ano é para medir e avaliar. Assim como foram décadas de invasão para chegar a este ponto, podem levar décadas para restabelecer tudo”, destacou Sonia Guajajara.

O secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, ressaltou que a T.I. protegida tem cerca de 10 milhões de hectares e uma população de 30 mil indígenas, divididos entre 380 comunidades.

“Nós conseguimos provas robustas de que a invasão garimpeira acabou gerando, além dos problemas da malária, a contaminação das águas com mercúrio, e isso gera desagregação, altera os modos de vida da comunidade, reduz significativamente a capacidade produtiva do povo Yanomami, gerando inclusive a desnutrição grave”, detalhou Tapeba.

A ministra dos Povos Indígenas reforçou a necessidade de retirar os garimpeiros ilegais do território para conseguir solucionar a crise humanitária que afeta a população Yanomami. “Em 2023, foram retirados 80% dos garimpeiros que estavam lá dentro do território”, contou Guajajara.

A fiscalização e a retirada dos garimpeiros ilegais da T.I. é realizada, principalmente, pelos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que suspenderam as atividades no território. A classe tem negociado uma reestruturação na carreira com o governo federal.

Ações futuras

A ministra dos Povos Indígenas informou que a Casa de Governo, em Boa Vista, capital de Roraima, será destinada à coordenação de políticas permanentes de diferentes órgãos no território Yanomami. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o investimento de R$ 1,2 bilhão para proteção da terra indígena.

“Não podemos perder a guerra contra o garimpo”, diz Lula sobre Yanomamis

Entre as medidas, está a construção do primeiro hospital indígena do Brasil em Boa Vista e a volta da Casa de Saúde Indígena (Cesai). Além disso, o governo pretende construir mais 22 unidades de saúde no território indígena.

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