Governo federal já digitalizou 90% dos serviços; economia anual é de R$ 5 bi

Mais de 150 milhões brasileiros são usuários do Gov.br, plataforma do governo federal que garante acesso aos 4.200 serviços digitais

atualizado 08/08/2023 12:33

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John Schnobrich/Unsplash

A digitalização dos serviços do governo federal alcançou 90%, o que gera uma economia de R$ 5 bilhões nos custos anuais. A informação é do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck.

São 4.200 serviços digitais, como o Meu INSS, a Carteira Digital de Trânsito, a Declaração do Imposto de Renda, e, em breve, o Desenrola, recém-lançado programa de renegociação de dívidas. Esses serviços podem ser acessados pela plataforma do governo federal Gov.br, que recentemente atingiu a marca de 150 milhões de usuários.

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário de Governo Digital do Ministério da Gestão, Rogerio Mascarenhas, disse que o valor economizado com a digitalização dos serviços é “significativo”.

A metodologia utilizada para o cálculo da economia é a Standard Cost Model, que avalia duas vertentes: o custeio no âmbito interno (ou seja, os gastos para o governo prover o serviço, como alocação de horas de funcionários, preenchimento de formulários e uso de estruturas físicas) e a economia do cidadão (isto é, o custo de acesso, medido em termos de deslocamento e de horas de trabalho perdidas pelo trabalhador).

Essa digitalização vem em um crescente e acabou sendo potencializada a partir de 2020, pela pandemia de Covid-19. “A necessidade fez com que a gente migrasse para isso”, pontuou o secretário.

Próximas metas

Agora, o esforço é para qualificar melhor. Em junho, foi criado um laboratório de qualidade para analisar como está a prestação desses serviços. “A gente hoje está revisitando esses serviços para melhorar a qualidade deles”, revelou o secretário. Hoje, a avaliação geral dos usuários está em 4,4 (em uma escala que vai até 5).

Há expectativa de revisão de pelo menos metade desses serviços (em torno de 1.200, portanto) até o final do governo Lula (PT). “Estamos otimistas de que a gente consiga, pelo menos para os principais serviços de uso, fazer uma melhoria da experiência do cidadão ao longo desses próximos dois anos”.

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Secretário de Governo Digital, Rogerio Mascarenhas

Washington Costa / MF
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Rogerio Mascarenhas

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Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck

Adalberto Marques / MGI

Também estão planejadas oficinas regionais para que estados e municípios se espelhem no governo federal e melhorem o nível de disponibilização de serviços na internet. Essas oficinas estão previstas para o segundo semestre deste ano, começando pela região Sul.

Segundo Macarenhas, a recente abertura de 8 mil vagas para cargos efetivos no governo federal já leva em conta a digitalização dos serviços. “A gente já considera todo esse processo de transformação digital nessa recomposição da força de trabalho”, disse ele.

Aumento das contas no Gov.br

O incremento de 6% das contas em 2023 é atribuído às parcerias com outros órgãos, como o Imposto de Renda (da Receita Federal/Ministério da Fazenda) e os valores esquecidos (do Banco Central).

A expansão do número de usuários foi acompanhada pela implementação de duas ferramentas para proteger a conta dos cidadãos: a Verificação em Duas Etapas e a Gestão de Dispositivos (leia mais sobre elas abaixo).

A marca Gov.br nasceu em 2013 e se transformou em uma política de Estado. No ano passado, o Brasil foi reconhecido pelo Banco Mundial como o segundo país do mundo em um ranking que mede a “maturidade digital” — o GovTech Maturity Index 2022 —, atrás somente da Coreia do Sul.

Brasil é vice-líder em ranking de governos digitais, diz Banco Mundial

A meta é atingir a totalidade da população brasileira, de 203,1 milhões. Com a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), documento habilitador que permite pleno acesso à plataforma e aos serviços, espera-se que o processo seja acelerado.

Segurança

O governo já utiliza dados biométricos e também conta com uma parceria com os bancos. Para ampliar a segurança e proteger as informações pessoais, o governo lançou mão das duas novas funcionalidades, que precisam ser ativadas pelo usuário.

Ao entrar no app, o cidadão deve procurar pela seção “Minha Conta” e acessar a área “Segurança da Conta”. No ambiente, basta habilitar as ferramentas.

Após autorizar a verificação em duas etapas, o cidadão receberá um código no aplicativo sempre que entrar no Gov.br. Somente com este código será possível fazer o login.

Já a Gestão de Dispositivos permite que somente aqueles equipamentos autorizados previamente possam acessar a
Plataforma, de forma a ampliar a segurança dos usuários.

Outros elementos, como biometria comportamental, que envolve a forma como a pessoa manuseia seu dispositivo, ainda deverá ser implantada. Segundo o secretário Mascarenhas, estão sendo feito testes envolvendo essa tecnologia e outras ferramentas são estudadas para robustecer a segurança.

Recentemente, tem sido observado um incremento dos ataques cibernéticos. “A gente observou um incremento. Desde o início do ano, a gente vem monitorando isso através de uma central de inteligência cibernética”, disse o secretários.

Essas tentativas de violação vêm sido suficientemente contidas, segundo o secretário: “A gente vem conseguindo conter, acompanhar e restringir o número de ataques que a gente observa nesses ambientes”. Também há campanhas para que a população se proteja de golpes.

Contas Ouro e Prata

Há três níveis de acesso à plataforma Gov.br: Bronze, Prata e Ouro, que refletem a forma como a conta é criada ou validada. Atualmente, dos 150 milhões de usuários, 70 milhões são Ouro e Prata.

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Página inicial da plataforma Gov.br

Reprodução/MGI
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Conta Gov.br é usada para acessar serviços do SUS, inscrever-se no ENEM, consultar sua CNH ou Carteira de Trabalho digital, simular aposentadoria no Meu INSS, além de diversos outros serviços

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Ela pode ser utilizada para te identificar on-line quando acessar serviços digitais

Reprodução/MGI
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Níveis de conta

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A conta Bronze é a básica. Apenas o cadastro no Gov.br já garante essa modalidade, que permite, por exemplo, o cadastro para alistamento militar presencial.

A partir da conta Prata, o cidadão já tem direito a todas as funcionalidades do aplicativo, o que permite acesso a serviços mais sensíveis como a carteira de documentos e a prova de vida. Para conseguir uma conta Prata, o cidadão tem que fazer reconhecimento facial para conferência de sua foto com a da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou validar os seus dados a partir de um banco credenciado.

O último nível, da conta Ouro, tem nível máximo de segurança, dando acesso a qualquer serviço público digital. Para alcançar esse nível, é preciso fazer o reconhecimento facial com base nos dados da Justiça Eleitoral ou pelo QR Code da Carteira de Identidade Nacional (CIN) ou a partir de um Certificado Digital compatível com a ICP-Brasil.

Em caso de dúvidas sobre o aplicativo Gov.br, acesse a página gov.br/conta.

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