Governo cria grupo de trabalho para propor mudanças no DPVAT

Grupo de trabalho (GT) terá 90 dias para propor mudanças no DPVAT, que serão avaliadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados

atualizado 14/04/2023 10:10

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Walterson Rosa/ Especial para o Metrópoles

O governo federal criou um grupo de trabalho que terá 90 dias para propor mudanças no seguro de trânsito de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

O seguro obrigatório deixou de ser cobrado em 2020, quando o consórcio Líder (formado por seguradoras privadas) foi substituído pela Caixa Econômica Federal. Desde então, um fundo de R$ 4 bilhões, constituído até aquela data, está sendo usado para pagar indenizações e tratamentos de vítimas de acidente de trânsito.

No entanto, agora a equipe econômica alega que só tem recursos para bancar indenizações até este ano. Portanto, o seguro pode voltar a ser cobrado em 2024.

A criação do GT foi determinada por portaria publicada na edição desta sexta-feira (14/4) do Diário Oficial da União (DOU), no âmbito da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda.

As reuniões do grupo serão quinzenais, com a seguinte composição:

  • um representante da Secretaria de Reformas Econômicas (SRE) do Ministério da Fazenda, que o coordenará;
  • um representante da Superintendência de Seguros Privados (Susep);
  • um representante da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda; e
  • um representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Órgãos como o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério da Previdência poderão ser convidados a indicar representantes para participar de reuniões específicas do GT.

Representantes de entidades privadas também poderão ser convidados eventualmente.

Ao final dos três meses de funcionamento, o relatório final do GT será encaminhado para conhecimento dos membros do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).

Briga política

A completa mudança no modelo e nos fundos do seguro de acidentes foi fruto da briga política entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Luciano Bivar (União), que presidia o PSL, antigo partido de ambos.

Na mesma época em que Bolsonaro rompeu com o presidente da sigla que o elegeu, o governo retirou o consórcio Líder da gestão do DPVAT. Bivar era sócio da Excelsior, seguradora que representava 2% do consórcio que administrava os recursos do seguro acidente.

A justificativa para a retirada da Líder do controle do DPVAT foi uma investigação de supostas fraudes na administração de recursos.

Em janeiro de 2021, o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou ter encontrado uma série de irregularidades cometidas pelo consórcio, como o favorecimento indevido de membros da alta administração da Seguradora Líder, inclusive pessoas politicamente expostas (que não tiveram nomes citados) e até a tentativa de barrar auditorias internas e externas nas contas do seguro.

É possível, no entanto, que o seguro volte a ser administrado por um consórcio, saindo das mãos da Caixa. A proposta de gestão pelo banco público era provisória, mas acabou durando três anos. A Caixa foi escolhida à época para administrar o DPVAT por sua capacidade de realizar pagamentos a um público amplo, mas é fato que o negócio principal da Caixa não é o setor de seguros.

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