Governo cogita criar agência para monitorar mercado de apostas esportivas

Governo está finalizando a regulamentação das apostas esportivas, em medida provisória (MP) a ser publicada nos próximos dias

atualizado 11/05/2023 14:41

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imagem colorida fachada do Ministério da Fazenda - Metrópoles Breno Esaki/Metrópoles

O governo federal trabalha nos últimos detalhes da medida provisória (MP) que regulamentará o mercado de apostas esportivas no país. Segundo o responsável pela redação da MP no Ministério da Fazenda, o assessor especial José Manssur, está “no horizonte” a criação de uma agência de integridade para monitorar essas apostas, mas ela não deverá ser criada de imediato.

Ao participar de um evento sobre integridade esportiva, na manhã desta quinta-feira (11/5), em Brasília (DF), Manssur foi questionado se a criação da agência estará prevista na MP a ser editada pelo governo Lula (PT), ao que ele respondeu:

“Na medida provisória não, porque medida provisória não pode criar agência, mas ela é algo que está no nosso horizonte, está no nosso radar e nós entendemos muito importante”.

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Fachada do Ministério da Fazenda

Breno Esaki/Metrópoles
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José Francisco Manssur, assessor especial do secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Manssur é o responsável pela MP dentro da pasta da Fazenda

Reprodução
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Mercado de apostas esportivas on-line deve ter faturamento de R$ 12 bilhões em 2023

Getty Images

Manssur evitou tratar da data de edição da MP, afirmando que é preciso que o texto “transcorra seus trâmites”. Nos bastidores, a previsão é de que a medida seja assinada pelo presidente da República nos próximos dias.

A MP dará aos órgãos governamentais ferramentas para editar portarias temáticas, que deverão tratar das regras de propaganda, credenciamento das casas de apostas no Brasil (valor da outorga, documentos necessários etc.) e definição dos meios de pagamento para evitar lavagem de dinheiro.

Arrecadação

Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estimou que a tributação do setor de apostas esportivas on-line vai proporcionar ao governo uma arrecadação bem superior às estimativas iniciais, em torno de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões por ano. Inicialmente, esse valor era estimado em até R$ 6 bilhões.

Tributação de apostas on-line renderá mais que o esperado, diz Haddad

Este é um mercado que tem crescido muito no Brasil, e o governo federal busca eficiência no trabalho de regulamentação para garantir a receita adicional.

Taxação

A arrecadação proveniente das taxas e impostos será destinada a áreas como segurança pública, educação básica, clubes esportivos e ações sociais.

As empresas serão taxadas em 16% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR), a receita obtida com todos os jogos feitos, subtraídos os prêmios pagos aos jogadores.

Também haverá tributação de 30% de Imposto de Renda sobre os prêmios recebidos pelos apostadores, respeitada a isenção de R$ 2.112.

Dos 16% cobrados sobre a receita obtida pelas empresas do setor:

  • 10% irão para seguridade social;
  • 2,55% serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), para ações de combate à manipulação de resultados, à lavagem de dinheiro e demais atos de natureza penal que possam ser praticados no âmbito das apostas ou relacionados a ela;
  • 1,63% irá para os clubes esportivos;
  • 1% irá para o Ministério dos Esportes; e
  • 0,82% irá para a educação básica.

Além disso, a taxa de outorga deverá ajudar a bancar a aquisição de sistemas de tecnologia e inteligência para fiscalização e punição, isto é, para encontrar os casos passíveis de manipulação.

Grupo de Trabalho

Via decreto, o governo também deverá criar um grupo de trabalho (GT) para fiscalizar o setor e evitar a manipulação de resultados.

A ideia é a gente juntar todo o ecossistema em uma mesa de discussão para a gente trazer o que há de melhor no mundo para combater a manipulação de resultado, esclareceu Manssur.

Deverão compor esse GT:

  • Ministério da Justiça e Segurança Pública;
  • Ministério da Fazenda;
  • Ministério do Esporte;
  • Comitê Olímpico Brasileiro (COB);
  • Confederação Brasileira de Futebol (CBF);
  • Organização dos Advogados do Brasil (OAB);
  • Instituto Brasileiro do Direito Desportivo; e
  • Entidades representativas dos apostadores.

Evento em Brasília

A 2ª Cúpula de Integridade Esportiva Brasileira, sediada no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, é organizada pelo GovRisk, organização britânica que trabalha em projetos relacionados com a integridade esportiva, riscos e governança, em parceria com a Genius Sports, sócio oficial de dados, tecnologia e transmissão que fortalece o ecossistema global conectando esportes, apostas e mídia.

O evento debate formas de combater a manipulação de resultados nos esportes, reunindo entes reguladores, entidades esportivas e casas de apostas.

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