A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu ao encontro do embaixador de Israel, no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e deputados de direita. Ele foi até o Congresso Nacional, onde exibiu vídeos sobre o grupo armado extremista Hamas e a guerra de Israel contra o grupo após ataque terrorista no dia 7 de outubro.
Gleisi afirmou que o embaixador “intrometeu-se indevidamente na política interna do país”. A presidente do PT ressaltou que a diplomacia brasileira, este ano, “atuou desde o início pela construção de uma solução pacífica, na [Organização das Nações Unidas] ONU e junto aos países envolvidos no conflito, a começar por Israel”.
Para a deputada, a aliança entre Bolsonaro e o embaixador é “repugnante” e coloca em risco a vida dos brasileiros que tentam deixar a Faixa de Gaza.
“O Brasil não admite que questionem nossa soberania. Esta é a lição que o embaixador de Israel não entendeu. O tempo da subserviência acabou junto com o mandato de Jair Bolsonaro, que prestava continência para a bandeira dos Estados Unidos e fez do Brasil um pária entre as nações”, destacou Gleisi.
Reações às falas do embaixador
Após uma operação da Polícia Federal (PF) prender brasileiros recrutados pelo grupo radical Hezbollah, do Líbano, Zonshine disse que se os extremistas miraram o Brasil, é porque há pessoas dispostas a serem radicalizadas.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, reagiu à fala do embaixador. “Temos ações de cooperação policial com mais de uma centena de países, e nunca houve manifestações depreciativas como estas agora”, disse Passos ao Metrópoles. O diretor-geral também falou em prejuízos de “futuras ações nossas”.
Mais tarde, o ministro da Justiça Flávio Dino também comentou a declaração do embaixador de Israel e disse que o caso é conduzido pelo Itamaraty, mas salientou que é preciso ter sobriedade e respeito às autoridades brasileiras.
