Fiocruz repudia racismo em voo contra mulher negra estudante da instituição

Samantha Vitena, que foi expulsa de voo após se recusar a despachar mochila com computador, estuda bioética na Fiocruz

atualizado 29/04/2023 19:27

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Imagem colorida: mulher discute com homem em avião - Metrópoles Twitter/ Reprodução

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) repudiou o tratamento dado a Samantha Vitena, mulher negra que foi expulsa de voo da Gol na madrugada deste sábado (29/4). A passageira que foi retirada da aeronave é mestranda em Bioética da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), da Fiocruz.

Na manifestação, a instituição de pesquisa afirma que Vitena foi vítima de racismo pela forma que foi tratada no voo, pela tripulação e pelos homens da Polícia Federal que a retiraram da aeronave.

Conforme relato de uma internauta, Samantha Vitena foi retirada do voo 1575 da Gol porque a aeronave estava cheia e não havia espaço para a mochila dela. Os funcionários da companhia aérea pediram que ela despachasse a bagagem e ela se recusou porque o computador estava na mochila.

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Mesmo depois de uma cliente conseguir espaço para a bagagem, três policiais federais aparecem e pedem que ela se retire, sob a ameaça de algemá-la.

“A violência racista que acomete tantas pessoas no Brasil expulsou Samantha de um voo de retorno para sua casa e a submeteu a interrogatório durante a noite, na delegacia”, afirmou a Fiocruz, em nota (Leia a íntegra no fim da matéria).

Veja o vídeo:

Outro lado

Procurada, a Gol afirmou que a tripulação insistiu para que a mulher despachasse a bagagem por razões de “segurança operacional”.

“Reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções”, disse ainda a companhia.

A empresa completa que vai apurar “cuidadosamente” os detalhes do caso.

Leia a manifestação da Gol:

“A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador – Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo. Lamentamos os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso.”

A reportagem procurou a Polícia Federal para comentar o caso. O espaço segue aberto a manifestações.

Leia a nota da Fiocruz: 

“A Fiocruz vem se somar às manifestações de todas as pessoas e instituições que repudiam atos violentos como o que ocorreu num voo na noite desta sexta-feira (28/4), no trajeto de Salvador para São Paulo. A passageira Samantha Vitena, mestranda em Bioética da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, foi vítima de racismo e violência contra a mulher pela forma de tratamento dispensada a ela tanto dentro do voo, pela tripulação, como pelos agentes da Polícia Federal, convocados pela companhia aérea, para retirá-la à força sem justificativa e sem que Samantha apresentasse qualquer resistência ou motivo para tal.

A violência racista que acomete tantas pessoas no Brasil expulsou Samantha de um voo de retorno para sua casa e a submeteu a interrogatório durante a noite, na delegacia.

Como instituição que defende os princípios da equidade e da justiça social, a Fiocruz se solidariza à vítima e se une à indignação provocada por esse episódio, que deixa marcas profundas não apenas em Samantha, mas atinge um coletivo que sofre diariamente com as consequências psicológicas, materiais, morais, pessoais e políticas que o racismo produz na população negra brasileira.

Nem Samantha, nem nenhuma mulher negra deve passar por momentos como este. Todos os dias a Fiocruz e a sociedade brasileira devem reafirmar seu compromisso com a democracia, a equidade, a justiça racial e de gênero.”

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