Esposa de Mauro Cid, agora delator, era só elogios a Bolsonaro

Nas redes sociais, Gabriela publicava elogios ao ex-presidente. Em viagem com família, posou na frente de carro com a frase "Bolsonaro 2022"

atualizado 21/09/2023 20:30

Compartilhar notícia
Gabriela Cid posa para foto em frente a carro com neve Arquivo pessoal obtido pelo Metrópoles

Esposa do tenente-coronel Mauro Cid, agora delator que tem complicado a vida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gabriela Santiago Ribeiro Cid era só elogios ao então chefe do marido. A quebra de sigilo telemático das redes sociais do ex-ajudante de ordens, que acabou atingindo também sua esposa e ao menos uma de suas filhas, mostra as interações de Gabriela nas redes do ex-presidente.

Em fevereiro do ano passado, ela comentou em uma publicação do então mandatário: “Deus o abençoe, presidente!”. No mês seguinte, em uma transmissão ao vivo, ela escreveu: “Temos q fazer a limpa nas próximas eleições. Chega de políticos q só atrasam o país. Fechado com Bolsonaro (sic)”.

Em setembro, já às vésperas das eleições, Gabriela comentou em outra transmissão de Bolsonaro: “É o presidente Bolsonaro no primeiro turno”.

O conteúdo armazenado na nuvem do celular de Cid (sistema de armazenamento remoto), que está nas mãos da Polícia Federal e da CPI do 8 de janeiro, no Congresso Nacional, traz uma série de imagens do tenente-coronel em serviço, durante viagens internacionais ao lado de Bolsonaro, e também conteúdos pessoais.

Dentre eles, chama atenção uma foto do dia 2 de janeiro deste ano, pós-derrota de Bolsonaro e antes dos atos em que populares foram instigados por figuras políticas a invadirem os três Poderes e pedirem um golpe de Estado. Nela, Gabriela posa na frente de um carro coberto de neve com os escritos “Bolsonaro 2022”. O casal estava em família na Califórnia, onde Cid tem familiares.

Pressão familiar

A delação de Cid foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no último dia 9. Na quinta-feira (21), foi revelado que em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel afirmou que Bolsonaro se reuniu coma  cúpula das Forças Armadas e ministros, no fim do ano passado, para discutir uma minuta golpista entregue a ele pelo então assessor Filipe Martins.

O conteúdo da delação foi divulgado primeiro pelo O Globo e UOL. Cid estava na reunião, e relatou que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, foi o único que se manifestou de forma favorável ao plano golpista de Bolsonaro.

Cid chefiava a Ajudância de Ordens de Bolsonaro e era um “faz-tudo” do clã presidencial, cuidando de assuntos pessoais envolvendo também a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente.

A coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, mostrou que a pressão familiar foi fundamental para convencer Cid a fechar o acordo. Segundo a coluna, Gabriela e o pai de Cid, o general da reserva Mauro Cesar Lorena Cid, que chefiou a sede da Apex-Brasil em Miami no governo Bolsonaro, eram defensores de que a delação ocorresse. O general foi, inclusive, alvo da operação da PF que apura a venda dos presentes.

Tenente-coronel Mauro Cid ao lado de advogado Cezar Bitencourt, que fechou o acordo de delação premiada
Kit de joias que teria sido vendido por Mauro Cid
Pai de Cid deixa rosto aparecer em reflexo de caixa com esculturas sauditas
1 de 6

Imagem na nuvem do celular de Cid, tirada em uma viagem em família em janeiro de 2023

Arquivo pessoal obtido pelo Metrópoles
3 de 6

Tenente-coronel Mauro Cid ao lado de advogado Cezar Bitencourt, que fechou o acordo de delação premiada

Breno Esaki/Metrópoles
4 de 6

Kit de joias que teria sido vendido por Mauro Cid

Reprodução
5 de 6

Pai de Cid deixa rosto aparecer em reflexo de caixa com esculturas sauditas

Reprodução/PF

Na delação, Cid deve falar ainda sobre a venda de joias presentes de autoridades estrangeiras que deveriam ter sido incluídas no acervo da União.

Um dos casos é relativo à venda de um relógio Rolex. A defesa do ex-ajudante de ordens já admitiu a atuação de Cid no caso, e que o dinheiro obtido com a venda foi repassado ao ex-presidente ou à ex-primeira-dama.

Cartão de vacina

Gabriela está envolvida na apuração da Polícia Federal sobre fraude em cartões de vacina que atinge o ex-presidente Bolsonaro, e foi alvo de uma operação em maio, na ocasião em que o marido foi preso. A investigação apontou que houve inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para atestar que ela, Cid e as três filhas do casal estavam vacinados contra Covid-19.

Segundo apuração, Gabriela viajou em ao menos três oportunidades aos Estados Unidos, em dezembro de 2021, abril de 2022 e dezembro de 2022, usando um certificação de vacinação ideologicamente falso. Em maio, foi divulgado que à PF, a mulher afirmou que a responsabilidade sobre a inserção dos dados era de Cid.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar