Espionagem ilegal: PF apreende US$ 170 mil de diretor afastado da Abin

Dinheiro estava na casa de número três da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, que é um dos investigados por suspeita de espionagem ilegal

atualizado 20/10/2023 11:09

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foto colorida de bloco de notas de dólar - Metrópoles Reprodução/PF

A Polícia Federal (PF) apreendeu US$ 171,8 mil em espécie na residência do secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato Pinto, um dos cinco diretores da órgão afastados por suspeita de integrar um esquema de espionagem ilegal de celulares.

O dinheiro foi encontrado durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de Paulo Maurício, em Brasília. Ele foi diretor de inteligência da Abin no governo Bolsonaro.

Além dos cinco afastamentos, a Abin cumpriu 25 mandados de busca e apreensão. Dois servidores foram presos preventivamente. As buscas foram realizadas no DF, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

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A rede de telefonia teria sido invadida diversas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos
A Polícia Federal deflagrou a Operação Última Milha para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça por servidores da Abin
Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Milhares de dólares em espécie foram apreendidos em operação da PF
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De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização usado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophoto
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A rede de telefonia teria sido invadida diversas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Última Milha para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça por servidores da Abin

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Milhares de dólares em espécie foram apreendidos em operação da PF

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Espionagem de celulares pela Abin

Segundo as investigações da PF, o grupo investigado usava o sistema de geolocalização de celulares de forma ilegal, sem autorização da Justiça.

Pelo menos parte dos servidores investigados tinham ligação com o governo Bolsonaro e com o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. Parte do governo Lula tem uma crise de confiança com a Abin, já que cargos da cúpula da Agência Brasileira de Inteligência são ocupados por pessoas ligadas ao governo Bolsonaro.

Um desses casos que provoca desconforto no governo é a própria nomeação de Paulo Maurício na cúpula da Abin, sendo que em 2008, no governo Lula, ele foi afastado por envolvimento em escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Satiagraha, que investigava desvios de dinheiro público.

Quase expulsos

Os dois servidores presos foram Rodrigo Colli, da área de contrainteligência cibernética, e Eduardo Arthur Izycki, oficial de inteligência, conforme adiantou a coluna Na Mira. Eles tinham um agravante, pois tentaram boicotar um processo de sindicância que estavam sofrendo, segundo as investigações. Eles teriam tentado coagir colegas a anular um processo administrativo que caminhava para a demissão de ambos.

Esse processo administrativo contra os dois servidores era por terem trabalhado para uma empresa, em nome de familiares, em que o conteúdo do contrato teria relação com o trabalho deles na Abin. Isso violaria a exclusividade exigida do cargo.

Em nota divulgada nesta sexta, a Abin informou que o software de espionagem investigado pela Polícia Federal deixou de ser utilizado em maio de 2021 e que desde fevereiro deste ano há uma investigação interna sobre irregularidades no uso desse programa. Informações colhidas nessa sindicância foram compartilhadas com a PF e o STF, segundo a agência de inteligência. Além disso, os afastamentos temporários de servidores determinados pela justiça foram cumpridos.

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