O Ministério da Saúde enviou à Macapá (AP), nesta terça-feira (16/5), uma equipe com 10 técnicos. No sábado (13/5), o estado do Amapá decretou situação de emergência em saúde pública após um surto das síndromes gripais e respiratória aguda grave (SRAG) no público infantil.
“Ao longo da semana, mais especialistas serão deslocados para o Amapá, sendo que 20 voluntários da Força Nacional do SUS já estão mobilizados, incluindo médicos pediatras, intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas”, informou a pasta em nota.
Desde sábado, três crianças que estavam internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) morreram em Macapá. A superlotação é registrada no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e no Pronto de Atendimento Infantil (PAI). No último sábado, 162 crianças estavam internadas com SRAG, com 29 entubadas em UTI.
Kits de análise laboratorial e medicamentos também foram enviados para o estado. O Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência regional, recebeu 180 amostras para exame para realizar investigação laboratorial.
Os laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Adolpho Lutz também estão a disposição para auxiliar no diagnóstico de casos suspeitos.
“A vacinação contra a gripe e Covid-19 será intensificada no estado, especialmente em áreas de difícil acesso, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal da população. A recomendação do Ministério da Saúde é que todas as crianças estejam com a carteira de vacinação atualizada para evitar novas internações e a consequente sobrecarga do sistema de saúde”, ressalta a pasta.
Alerta em todo o país
O Ministério da Saúde publicou, na última sexta-feira (12/5), nota técnica em que alerta sobre o aumento de casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças no país. Os quadros são causados, sobretudo, pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias em crianças de até 4 anos.
De acordo com o documento, o aumento de casos é observado desde o fim de 2022. Entre janeiro e março de 2023, já foram registrados mais de 3 mil casos de SRAG por VSR. Até o momento, a Região Sudeste concentra o maior número de casos, seguida do Centro-Oeste e do Sul.
“O padrão de sazonalidade varia entre as regiões, sendo mais marcado naquelas com estações climáticas bem definidas, ocorrendo com maior frequência nos meses mais frios, em locais de clima temperado”, explica o documento. “Espera-se um aumento de casos no outono e inverno, mas pode haver circulação em outros períodos do ano, devido às diferenças geográficas e climáticas do país”.
O ministério reforça a importância de medidas preventivas não farmacológicas para reduzir a transmissão da doença neste momento. Entre elas, está a limpeza de ambientes, higienização das mãos, evitar contato de crianças com pessoas potencialmente infectadas com doenças respiratórias e evitar a ida à escola de crianças com sintomas.