Nove em cada dez vítimas de agressões policiais são pessoas negras em pelo menos oito estados brasileiros, de acordo com uma pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira (16/11) pela Rede de Observatórios da Segurança. Em 2022 foram, ao todo, mais de 4,2 mil mortes por influência policial nesses oito estados.
O observatório obteve as informações para a compilação dos dados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Em oito estados do país, foram registradas 4.219 mortes em decorrência de ações policiais em 2022. Desse número, 2.770 dos 3.171 registros que informam a raça das pessoas vitimadas são provenientes de pessoas que se identificam como negras. Isso corresponde a 87% das respostas.
Há, ainda, a estimativa de que uma pessoa negra morreu a cada quatro horas nas unidades federativas em questão. Os estados que se destacam no estudo são Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro. Dessas unidades federativas, quatro se destacam na liderança da violência policial.
Veja quais:
- Bahia (94,7%);
- Pará (93,9%);
- Pernambuco (89%); e
- Rio de Janeiro (86%);
O curioso é que, na Bahia, pessoas que se consideram pretas e pardas somam 80% da população e, ainda sim, o estado lidera a violência policial contra essas pessoas: 94,7% dos registros apontam para isso.
Os números podem ser ainda maiores, já que a Rede considera que há casos de subnotificação nos estados de Ceará, Maranhão, e Pará.
No ano passado, a mesma pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança havia constatado que ao menos cinco pessoas negras eram mortas por policiais todos os dias.