O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que enxerga a Câmara dos Deputados com um poder grande, mas salientou que ela não pode “humilhar” o Senado Federal e o Poder Executivo federal.
“Não pensa você que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande, e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo”, disse o ministro em entrevista a podcast do jornalista Reinaldo Azevedo, gravada na sexta-feira (10/8) e veiculada nesta segunda (14/8).
Questionado sobre sua boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Haddad disse que ela começou a ser construída após as eleições, quando foi aprovada a emenda constitucional da transição.
“A transição não foi feita pelo Executivo. A transição foi feita pelo Legislativo e pelo Judiciário. Isso tem que ser valorizado”, salientou. “Recuperou-se um princípio de harmonia entre os Poderes.”
Ainda sobre o relacionamento com Lira, o titular da Fazenda indicou: “A gente só aparece sorrindo, mas às vezes… é de debates acalorados”.
Em seguida, sem citar explicitamente o nome de Lira, ele afirmou que o poder é transitório:
“Sabe o que é bom na democracia? É que a pessoa não vai ter esse poder para sempre. A instituição pode até ter, mas você não sabe na mão de quem ela vai estar daqui a dois anos, daqui a quatro anos, daqui a 10 anos”.
Haddad também elogiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem chamou de “senador espetacular”, e defendeu a boa relação da Fazenda também com a Casa Alta.
