Campos Neto diz que meta de inflação defendida por Haddad é mais eficiente

Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, citou estudo que mostra que meta de inflação contínua tem maior eficiência

atualizado 29/06/2023 16:36

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Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse, nesta quinta-feira (29/6), que a meta de inflação contínua, defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e diferente do modelo atual, é mais eficiente.

O mercado e o governo têm falado na adoção de metas não vinculadas ao ano-calendário. Hoje, o Brasil contabiliza a inflação (via IPCA, índice calculado pelo IBGE) até dezembro e, com base nisso, é identificado se o país cumpriu ou não a meta de inflação. Apesar disso, as ferramentas de política monetária, como um aumento na taxa de juros, demoram quase um ano inteiro para fazer efeito. Assim, a ideia seria perseguir uma meta “contínua”, e não fixada sempre em dezembro.

“A gente já explicitou que foi feito trabalho lá atrás, que começou em 2017. Tem esse estudo que mostra que a meta contínua é mais eficiente. (…) Grande parte dos países não têm meta ano-calendário”, afirmou Campos Neto em coletiva à imprensa na sede do Banco Central.

O presidente da autoridade monetária salientou que, em alguns momentos, o governo ficou preocupado em estourar a meta (ou seja, ultrapassar os limites estipulados em cada ano), e isso gerou queda da inflação pontual, com menos eficiência.

Ainda de acordo com Campos Neto, o BC considera esse aperfeiçoamento do sistema de metas algo “interessante”.

O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Abry Guillen, complementou dizendo que “mudanças no regime (de metas) não devem afetar a condução da política monetária”.

Campos Neto ressaltou também que não defende mudança na meta anual. “O que a gente aprendeu é que, quando você não está atingindo a meta, mudar para ter flexibilização tem efeito contrário.”

Reunião do CMN

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne, na tarde desta quinta, para definir os moldes da meta de inflação, tema central para a política monetária. Campos Neto evitou falar sobre o que o CMN deverá decidir, alegando que ainda não teve acesso ao texto.

A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com intervalo de tolerência de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Já a meta de inflação para 2024 e 2025 é de 3%, também com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Na reunião desta semana, o CMN, além de poder rever esse patamar, definiu a meta para 2026, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A expectativa geral do mercado é que o governo mantenha as metas, embora haja mudanças esperadas no período de cálculo, entre outros pontos.

O conselho reúne-se com três anos de antecedência para definir as metas, mas o debate em 2023 ganhou contornos adicionais depois que membros do governo e o próprio Lula ventilaram, no começo do ano, que uma revisão poderia estar no radar. Lula sabidamente reclamou que a meta em seus primeiros governos era de mais de 4%, e não de 3%.

O CMN é composto pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda e pelo Banco Central, com um voto cada. O governo, então, terá maioria na decisão.

Metas de inflação:

  • 2023

Meta: 3,25%

Intervalo: entre 1,75% e 4,75%

  • 2024

Meta: 3%

Intervalo: entre 1,5% e 4,5%

  • 2025

Meta: 3%

Intervalo: entre 1,5% e 4,5%

  • 2026

Meta: a definir

Intervalo: a definir

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