O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado federal Sanderson (PL-RS), afirmou que as declarações do presidente Lula sobre fechar clubes de tiro no Brasil são de cunho “preconceitoso”. Na manhã desta terça-feira (25/7), o chefe do Executivo federl defendeu o fechamento de “quase todos” os clubes, porque, segundo ele, apenas os espaços voltados para o treinamento de militares e forças policiais teriam que permanecer abertos.
Sanderson criticou a possibilidade: “Lula e seus assessores não conhecem a atividade do tiro esportivo. Têm preconceito, e estão olhando com um viés unicamente ideológico. Clubes de tiro civis existem no mundo inteiro, a exceção de países comunistas com regime fechado”, disse.
A orientação para fechamento dos clubes de tiro foi passada por Lula ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
“Eu não acho que um empresário que tem um lugar de praticar tiro é um empresário. Eu já disse ao Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos. Só deixar aberto aqueles que são da Polícia Militar, do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que precisa ter lugar para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira”, disse o presidente.
Sanderson ainda afirmou que tal decisão pode configurar “abuso de autoridade” e passibilidade para uma abertura de impeachment.
“O presidente da República, como qualquer outro agente público, deve apenas cumprir a lei. Como a legislação brasileira autoriza o funcionamento de clubes de tiro, qualquer ordem em sentido contrário configurará abuso de autoridade, passível inclusive de abertura de processo de impeachment.”
Novo decreto
A declaração de Lula ocorre após a assinatura de um novo decreto para regulamentar das armas de fogo. O documento também limita o funcionamento dos clubes de tiro para o horário das 6h às 22h.
Sanderson também assina um projeto para que o decreto seja suspenso. Ele e outros 54 deputados criticam a transferência do registro e fiscalização de armas de uso restrito para a Polícia Federal, uma vez que a responsabilidade antes era do Exército.