A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ouviu, nesta terça-feira (1º/8), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como GDias.
O militar foi convocado por meio de requerimento apresentado por Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI, como forma de atingir o governo federal. Membros da oposição acusam a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser conivente com invasões coordenadas pelo MST.
GDias comandou o GSI entre janeiro e março deste ano, mas deixou o cargo após ser flagrado em imagens de câmeras de segurança, após os ataques antidemocráticos de 8/1. No pedido de convocação, Salles alega que o colegiado precisa ouvir GDias para colher informações sobre supostas invasões de terras produtivas comandadas pelo MST.
A oitiva ocorreu dias após cerca de 1.550 integrantes do MST ocuparem a sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Petrolina, em Pernambuco. O grupo pedia providências do Executivo na implementação da reforma agrária e desocupou o local na segunda-feira (31/7).
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Relatórios de inteligência
No requerimento aprovado pela CPI, Ricardo Salles pontua que Gonçalves Dias pode contribuir com as investigações porque o GSI é quem recebe, em primeira mão, os relatórios periódicos de inteligência elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), antes da documentação ser enviada à Presidência da República.
Salles quer vincular invasões coordenadas pelo MST à gestão do presidente Lula. “A partir de janeiro de 2023, as invasões de terra no Brasil alcançaram nível recorde, conforme divulgado nos principais veículos de comunicação do país”, alegou o parlamentar em requerimento.
“Urge também termos conhecimento sobre quais medidas que o GSI adotou para informar as autoridades competentes e possibilitar que medidas cabíveis fossem tomadas a fim de coibir as invasões de terras”, concluiu Salles.
