A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou, nesta sexta-feira (6/1), que o órgão avalia antecipar a campanha de conscientização e vacinação contra a Covid-19 devido à nova variante do vírus, XBB.1.5.
A Rede de Saúde Integrada Dasa identificou, na quarta-feira (4/1), o primeiro caso da variante XBB.1.5 no Brasil. A cepa é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a mais transmissível até o momento, e é a responsável pela nova onda de Covid-19 sendo registrada nos Estados Unidos.
A amostra foi coletada em 9 de novembro de 2022 em Indaiatuba, uma cidade do interior de São Paulo, a 103 km da capital. O laboratório fez um sequenciamento genético para determinar qual era a cepa causadora da infecção na paciente de 54 anos.
Segundo Ethel, a previsão era de que a campanha ocorresse simultaneamente à ação contra gripe, em abril. No entanto, devido ao cenário de alerta, a Câmara Técnica de Imunizações (Cetai) avalia a antecipação. O tema será debatido em reunião do grupo na próxima terça-feira (10/1).
“A reunião será na terça-feira e teremos os nossos especialistas para nos ajudar a definir as próximas ações. É possível a antecipação do calendário de vacina contra Covid, tendo em vista o novo cenário, com carnaval se aproximando e uma cobertura muito pequena de duas doses e dose de refoçro, o esquema que consideramos mínimo para uma proteção de efetividade melhor”, afirmou.
A secretária ressaltou que a cobertura vacinal no Brasil está “bastante preocupante”, com menos de 80% de cobertura com duas doses, e menos de 50% na cobertura com dose de reforço.
“Isso é gravíssimo nesse cenário que se apresenta de uma nova variante que tem uma alta transmissibilidade”, pontuou.
Segundo a secretária, não há previsão de ampliar a vacinação com a quarta dose para pessoas abaixo dos 40 anos de idade. A pasta seguirá as recomendações da Organização Mundial da Saúde, e a campanha deste ano será focada em convocar pessoas que estejam com o esquema de imunização atrasado.
Além disso, de acordo com Ethel, a nova gestão também revogará o sigilo imposto às informações da Cetai. A ideia é recovocar órgãos técnicos para participar das discussões, além de tornar as informações públicas.
