Cerrado: 75% do desmatamento ocorreram em propriedades particulares

O Cerrado perdeu mais de 1 milhão de hectares em vegetação nativa em 2023, um aumento de 30% em relação a 2022

atualizado 29/01/2024 23:44

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Área de cerrado desmatada para plantio no município de Alto Paraíso (GO) Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Cerrado perdeu mais de 1 milhão de hectares em vegetação nativa no ano passado. Desse total, cerca de 75% do desmatamento ocorreram em imóveis rurais com Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, propriedades particulares.

A área desmatada dentro desses imóveis equivale a quase seis vezes a cidade de São Paulo — cuja área é de pouco mais de 1,5 mil km².

Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (30/1) pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

De acordo com o levantamento, a perda de vegetação nativa apenas nos imóveis rurais registrados no CAR foi de 879 mil hectares. Vale lembrar que cada hectare tem o tamanho aproximado de um campo de futebol. As grandes propriedades respondem por 36% do desmatamento.

O Cerrado, diferentemente do que ocorre na Amazônia, tem a maior parte do desmatamento concentrado em imóveis rurais particulares. O estudo destaca que é também nessas propriedades que está concentrada a maior parte da vegetação nativa remanescente no bioma.

O registro de 1 milhão de hectares desmatados em 2023 representa um aumento de 30% em relação aos alertas identificados pelo SAD Cerrado em 2022. No período, foram derrubados aproximadamente 815 mil hectares do bioma.

Aumento

Os dados do SAD também revelam a detecção de cerca de 27 mil hectares em áreas desmatadas de unidades de conservação no Cerrado. O valor representou um incremento de 93% em relação a 2022.

No que se refere a áreas consideradas “vazios fundiários”, ou seja, aquelas sem jurisdição ou definição de uso clara, foram 94 mil hectares derrubados. Portanto, com um aumento de 48% em relação ao ano passado.

O SAD Cerrado faz o monitoramento do desmatamento do bioma por meio de imagens de satélites do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia.

A confirmação de um alerta de desmatamento é realizada a partir da identificação de ao menos dois registros da mesma área em datas diferentes, com intervalo mínimo de dois meses entre as imagens de satélite.

Estados que mais desmataram

Em 2023, o estado que mais desmatou o Cerrado foi o Maranhão, com 308 mil hectares. Na sequência, figurou o Tocantins, com pouco mais de 233 mil hectares, seguido pela Bahia, com 159 mil hectares. Esses três fazem parte do Matopiba, principal fronteira agrícola do Brasil.

Confira a relação de desmatamento do Cerrado por unidade da Federação:

Na liderança dos municípios que mais desmataram em 2023 está São Desidério (BA), localizado a pouco mais de 700 km da capital do estado, que perdeu sozinho 36 mil hectares. A cidade de Balsas (MA) — a cerca de 800 km de São Luís— figura em segundo lugar, com a perda de 29 mil hectares.

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