Cappelli diz que 8/1 começou logo após eleição: “Nos acampamentos”

Interventor do GSI, Ricardo Cappelli diz que acelera as mudanças no órgão e que CPMI vai mostrar que houve tentativa de golpe no país

atualizado 25/04/2023 17:22

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A governadora em exercício, Celina Leão; o interventor, Ricardo Cappelli e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira falam com a imprensa após visita e anúncio de reformas no 6⁰ Batalhão da PM, próximo à Esplanada. No detalhe, Capelli fala diante de púlpito - Metrópoles Rafaela Felicciano/Metrópoles

O chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, disse nesta terça-feira (25/4) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem o que temer na CPMI dos atos de 8/1. “Não é possível modificar os fatos. A CPMI só tem um caminho, que é confirmar o que todo mundo sabe: o Brasil foi vítima de uma tentativa de golpe de extremistas que atentam contra a democracia”, disse Capelli em entrevista à GloboNews.

Cappelli, que também foi o interventor da segurança pública do DF após os ataques às sedes dos Três Poderes uma semana após a posse de Lula, disse entender que o contexto que levou ao 8 de janeiro começou a ser construído no dia seguinte à vitória de Lula, em 30 de outubro do ano passado.

“Começa com a montagem dos acampamentos em frente aos quartéis militares. Eventos como a tentativa de colocar bomba em caminhão no Aeroporto de Brasília e os distúrbios de 12 de dezembro [tentativa de invasão da sede da PF] passam pelo acampamento em Brasília”, destacou Cappelli.

“E aquilo não seria montado sem um sinal, naquele momento, do comandante em chefe das Forças Armadas, que era o então presidente, Jair Bolsonaro. Ele e os generais que trabalhavam com ele, Heleno, Braga Neto e Ramos, têm muito o que explicar ao país, de por que deixaram montar aqueles acampamentos, e das declarações que eles deram ao longo dos meses de novembro e dezembro, incitando as pessoas a se levantar contra o resultado das urnas”, complementou o interventor do GSI desde a demissão do ex-ministro Gonçalves Dias, na última sexta (21/4).

Admissão de falhas no GSI

Na mesma entrevista, Cappeli foi questionado sobre a facilidade com que os invasores entraram nas sedes dos Poderes da República e admitiu falhas do GSI, mas disse que a responsabilidade principal pela segurança dos prédios públicos era do Governo do DF, que acusou de não ter cumprido com suas obrigações.

“Com certeza, houve falha na segurança do Palácio, pois ninguém invade a sede do Poder Executivo, em nenhum país do mundo, da forma que o Palácio do Planalto foi invadido. Então, houve falha. Agora, a primeira linha, a contenção, a preparação de segurança, parte de uma informação central, uma informação que parte de quem tem a responsabilidade de fazer a segurança. No momento em que o governador [Ibaneis Rocha] diz que está tudo sob controle e operação exemplar da posse vai se repetir, claro que essa informação repercute para baixo, causando certo relaxamento das demais forças”, alegou Cappelli.

“Houve alguma falha do GSI? Está claro que houve. Isso é central para esclarecer o dia 8? Não me parece. O que me parece que é central é chegar aos conspiradores, porque, por trás daquelas pessoas que depredaram o patrimônio público, há conspiradores, que estão escondidos. Acho que a principal missão da CPMI é avançar nisso”, avaliou Capelli, um dos principais assessores do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

“Não é possível que, por uma falha eventual de planejamento, a gente queira transformar o general G Dias ou chefe de segurança do Senado ou do STF, que são vítimas, em culpados por aquilo ter acontecido. A gente precisa ter claro que os responsáveis são extremistas que atentam contra a democracia”, reafirmou Cappelli.

O interventor repetiu que cerca de 35% dos servidores do GSI remanescentes do governo Bolsonaro foram substituídos e que vai acelerar esse processo a partir desta semana, seguindo ordens do presidente Lula, mas negou que o chefe do Executivo tenha pedido esforços no sentido de desmilitarizar o órgão.

“Acho que esse antagonismo que tenta se criar entre civis e militares não faz bem ao país, não há projeto de nação onde não vivam em harmonia civis e militares. Nosso desafio é unir o Brasil”, concluiu Cappelli na entrevista ao programa Estúdio i.

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