Bolsonaristas criticam Janja por pular Carnaval em meio à tragédia em SP

Janja se solidarizou com vítimas de deslizamentos em SP, mas não acompanhou presidente Lula em viagem à região e virou alvo de bolsonaristas

atualizado 22/02/2023 12:00

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Imagem colorida mostra família Gil e primeira-dama Janja da Silva durante Carnaval em Salvador (BA) - Metrópoles Divulgação/ViaPress

Parlamentares e militantes bolsonaristas estão usando as redes sociais para criticar a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, por ela não ter interrompido sua programação de Carnaval na Bahia para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem a São Paulo na última segunda-feira (20/2). O litoral norte paulista foi atingido por fortes chuvas, que causaram deslizamentos e a morte de ao menos 48 pessoas.

Janja chegou a se solidarizar com as vítimas em postagem no Twitter ainda na segunda, quando Lula viajou para a região com ministros. “Estive muitas vezes no litoral norte de São Paulo, um dos cantos mais lindos do nosso país. Ver as praias e morros desfigurados, as pessoas sofrendo, me enche de tristeza e angústia”, escreveu a primeira-dama, em uma das postagens.

Para os opositores críticos, porém, a permanência de Janja no Carnaval da Bahia foi uma demonstração de hipocrisia. A primeira-dama curtiu o feriado no camarote Expresso 2222, da família do cantor Gilberto Gil.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, postou em suas redes um desenho de Janja dançando em meio a pessoas mortas pela tragédia e escreveu que a imagem “resume o carnaLula”.

“Janja ‘curtindo’ o Carnaval enquanto seu marido destinava míseros e humilhantes 2 milhões para “ajudar” SP na maior tragédia humanitária que o litoral paulista já viveu”, escreveu ela.

As postagens dos bolsonaristas têm como contexto críticas que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está recebendo numa comparação de sua postura quando o Brasil foi atingido por tragédias climáticas durante seu mandato em comparação com a atitude de Lula, que viajou à região afetada e se reuniu com prefeitos e com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um adversário político.

A disputa política e de narrativas também se expressa em outra crítica que bolsonaristas costumam endereçar a Janja, a de que ela se envolve demais em assuntos da administração pública apesar de não ter cargo ou mandato. Esse aspecto motiva uma das postagens do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o parlamentar mais votado das últimas eleições. Veja:

Ferreira também postou, na terça (21/2), um vídeo com imagens de Janja pulando Carnaval em uma montagem com as postagens dela sobre a tragédia em São Paulo.

Gleisi defende Janja

A deputada federal Gleisi Hoffmann, que é presidente nacional do PT, defendeu a primeira-dama em postagem feita nas redes nesta quarta (22/2). “Nem na tragédia bolsonaristas deixam o ódio e a má fé de lado. Ataques vis a Janja e mentiras sobre as ações pro litoral norte. Ao contrário do que estão espalhando, R$ 2 milhões foram apenas em doações da autoridade portuária e não o conjunto de medidas”, escreveu ela.

Os festejos de Carnaval, de uma maneira mais ampla, são alvo de parlamentares e militantes da direita conservadora, como mostra essa postagem do bolsonarista radical Ed Raposo, seguido por 148 mil pessoas no Twitter:

Outro lado

A primeira-dama não respondeu, até a publicação desta reportagem, às críticas que está recebendo de opositores. Após as postagens sobre a tragédia no litoral paulista (veja abaixo) ela apenas interagiu nas redes com outros foliões que também estiveram em Salvador e a citaram nas redes.

Tragédia na praia

O número de mortos em decorrência da tragédia provocada pelas chuvas no litoral norte de São Paulo subiu para 48. Ubatuba registra uma vítima; as outras 47 mortes ocorreram em São Sebastião – a cidade mais atingida.

De acordo com balanço atualizado pelo governo paulista na manhã desta quarta-feira (22/2), 26 corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento: 10 homens, nove mulheres e sete crianças.

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O governo de São Paulo começou a hospedar pessoas desalojadas na rede hoteleira

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Apesar disso, Poder Executivo reconhece que medida tem eficácia temporária

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População atingida aguarda pela chegada de doações nos abrigos montados em regiões próximas

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Tragédia deixou vítimas soterradas e sem lar

As buscas pelos desaparecidos foram retomadas na manhã desta quarta. A Defesa Civil deixou de atualizar o número de pessoas procuradas, devido às oscilações nos dados, mas a estimativa é que sejam ao menos 38.

Os trabalhos de busca estão focados em bairros da costa sul de São Sebastião, como a Vila do Sahy, que concentra a maior parte das vítimas, e Juquehy.

Ao todo, há mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados.

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