BNDES: agenda verde é um dos focos do programa de R$ 300 bi do governo

Governo anunciou na segunda (22/1) o investimento para a indústria. Maior parte do financiamento virá do BNDES, que trabalha em quatro eixos

atualizado 23/01/2024 19:51

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Imagem colorida de José Luis Gordon, diretor do BNDES, em entrevista - Metrópoles Wilson Dias/Agência Brasil

O diretor de desenvolvimento, inovação e comércio exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luis Gordon, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que o investimento de R$ 300 bilhões da nova política industrial do governo federal deverá priorizar quatro eixos, dentre eles a agenda verde, com destaque para a descarbonização.

O BNDES repassará R$ 250 bilhões para ações do Nova Indústria Brasil, plano da gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para impulsionar desenvolvimento e mais empregos. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) disponibilizarão o restante para financiar o programa.

Gordon explicou os quatro eixos principais para liberação da verba. Serão priorizados a agenda verde de descarbonização, inovação, exportação e melhoras para a produtividade da indústria.

Os setores privados e públicos deverão contatar o BNDES com propostas nesses grupos temáticos. “Vamos atender as demandas do setor empresarial. A saúde, por exemplo, é um setor que trabalha muito aqui no banco”, disse Gordon.

“A descarbonização da indústria e uma série de outras demandas, como mobilidade sustentável, poderão aparecer. Vamos atender as demandas dos melhores projetos”, explicou.

Gordon esclareceu que não serão feitos investimentos em áreas de fronteiras ou em obras internacionais. “Não tem impacto na política fiscal e nem vamos investir em ações. O foco da política é em áreas estratégicas”, falou.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou a nova política proposta para o setor. Para Ricardo Alban, presidente da CNI, “o Brasil, enfim, tem uma política industrial necessária, adequada e viável. Ser contra uma política industrial moderna é ser contra o desenvolvimento do país”.

Agenda verde de Lula

A agenda verde é um tema prioritário para o governo Lula. Em dezembro, o chefe do Executivo discursou pela descarbonização da economia mundial, durante um evento com membros do Grupo dos Vinte, o G20, no Palácio Itamaraty.

“A descarbonização da economia global e a revolução digital são processos que mudarão o planeta”, alertou.

Este ano, a gestão petista trabalha para aperfeiçoar a imagem como uma liderança global da agenda verde, em preparo para sediar a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP), em 2025. Belém (PA) foi a capital escolhida para receber o evento, após uma campanha do próprio Lula para o palco da COP ser um território brasileiro e amazônico.

Os avanços do Brasil na área ambiental em 2023, porém, acabaram ofuscados pela aceitação do país em fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), como “aliado”. Na COP28, o compromisso firmado rendeu à nação uma “menção desonrosa” de Fóssil do Ano uma espécie de prêmio irônico concedido por ONGs ambientalistas.

Apesar disso, a conferência do ano passado encerrou com a assinatura histórica de um pacto para a redução dos combustíveis fósseis. As energias não renováveis, como carvão, petróleo e gás, são os principais “vilões” das emissões de gases do efeito estufa.

Investimento de R$ 300 bi

Na segunda-feira (22/1), o governo federal anunciou o investimento de R$ 300 bilhões para financiamentos em crédito e subsídio relacionados ao plano até 2026.

Em solenidade no Palácio do Planalto, Lula disse “finalmente” haver um “grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial”. O presidente elogiou os ministros, mas alertou para cobranças.

“O problema não termina aqui, temos mais três anos pela frente e o objetivo é chegar no final com uma coisa concreta para a sociedade falar. O nosso problema era dinheiro, se o dinheiro não é problema, então precisamos resolver as coisas com muito mais facilidade. Precisamos também fazer com que os empresários acreditem no Brasil. Tenho experiências muito boas e experiências muito tristes”, disse.

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