Barroso sobre TSE: “Militares trabalharam para levantar desconfianças”

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, comentou decisão do TSE em excluir as Forças Armadas da fiscalização das urnas eletrônicas

atualizado 29/09/2023 20:08

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Urnas eletrônicas código-fonte - Metrópoles Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou a exclusão das Forças Armadas do rol de instituições autorizadas a acompanhar as fases de auditoria das urnas e dos sistemas eleitorais. O ministro lembrou que, durante sua atuação como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as Forças Armadas já eram entidades fiscalizadoras e que a iniciativa “não se provou bem”, “e a nova gestão decidiu mudar”.

Na visão do ministro, a ideia era de que as entidades acompanhassem o processo eleitoral passo a passo. Ele ainda lembrou ter criado uma comissão de transparência com a Forças Armadas. “Mas, lamentavelmente, o que aconteceu é que os militares trabalharam para levantar desconfianças. E, orientados a levantar suspeitas, não conseguiram”, comentou em entrevista coletiva concedida a jornalistas nesta sexta-feira (29/9).

Barroso destacou ainda que o TSE tirou também o Supremo Tribunal Federal (STF) da lista de entidades fiscalizadoras das urnas eletrônicas. Isso ocorreu em votação unânime, que alterou a Resolução TSE nº 23.673/2021, e atualizou o rol de entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral brasileiro.

A decisão que retira as Forças Armadas da lista de entidades fiscalizadoras das urnas eletrônicas ocorreu depois das eleições de 2022, quando os militares apresentaram um relatório sobre o sistema eleitoral.

O Ministério da Defesa manifestou dúvidas sobre a isenção das urnas, mas não atestou nenhuma prova que pudesse comprovar uma possível fraude nas eleições de 2022. O relatório da Forças Armadas foi divulgado depois de pressão de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentaram deslegitimar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito presidencial.

Inclusive, durante o seu mandato, Bolsonaro chegou a se reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada, onde ele atacou o sistema eleitoral brasileiro e tentou descredibilizar as urnas eletrônicas.

Devido a esse encontro, Bolsonaro foi considerado inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Sem necessidade

As Forças Armadas foram incluídas como entidades fiscalizadoras do processo eleitoral em 2020, quando a ministra Rosa Weber, então presidente do STF, comandava o TSE.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, foi o relator da instrução e destacou que a participação das Forças Armadas como entidade fiscalizadora não se mostrou necessária na fiscalização do sistema eleitoral. Veja aqui.

Mudanças

Confira a lista das entidades fiscalizadoras:

  • Partidos políticos, federações e coligações;
  • Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
  • Ministério Público (MP);
  • Congresso Nacional;
  • Controladoria-Geral da União (CGU);
  • Polícia Federal (PF);
  • Sociedade Brasileira de Computação (SBC);
  • Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea);
  • Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
  • Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP);
  • Tribunal de Contas da União (TCU);
  • Confederação Nacional da Indústria (CNI) e entidades corporativas do Sistema S;
  • Entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos;
  • Departamentos de Tecnologia da Informação de universidades credenciadas no TSE.

Até 2016, apenas o Ministério Público, os partidos políticos e a OAB integravam a lista de entidades fiscalizadoras. No entanto, uma resolução do ministro Gilmar Mendes, durante a presidência de Dias Toffoli no TSE, adicionou outros sete órgãos.

Foram incorporados à lista de entidades fiscalizadoras o Congresso Nacional, o STF, a CGU, a PF, a SBC, o Confea e os departamentos de tecnologias das universidades cadastradas.

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