Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmar que elevará a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional), fez projeção do impacto da medida. Segundo o levantamento, com a isenção, a União deixará de arrecadar cerca de R$ 108 bilhões para 2023.
Segundo explica a entidade, a maior concentração de declarações do Imposto de Renda se encontra na faixa de 1,5 a 5 salários mínimos, justamente o público-alvo do benefício. A isenção para quem recebe até 5 salários mínimos é uma promessa de campanha do presidente e deve ser implementada de forma gradual, afirmou Lula.
“Nós vamos começar a isentar a partir de R$ 2.640. E depois nós vamos gradativamente até chegar aos R$ 5 mil de isenção. Tem que chegar, porque foi compromisso meu e vou fazer”, disse Lula, nessa quinta-feira (16/2), em entrevista à CNN Brasil.
O presidente da Unafisco, Mauro Silva, explica que quando os contribuintes com renda tributável até R$ 2.640 saírem da base cálculo do imposto de renda, o impacto fiscal será da ordem de cerca de R$ 108 bilhões para 2023 (R$ 130 bilhões se fosse considerar o ano todo), maior do que as projeções oficiais até então divulgadas e especuladas.
Como não se tem ainda acesso ao teor completo da medida provisória que elevará a faixa de isenção do Imposto de Renda, dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.640, a metodologia aplicada pela Unafisco considerou que o reajuste de 38,66% na tabela se estenderá para as outras faixas.
Assim como as deduções, razão pela qual se chegou a um número de alívio para os declarantes bastante relevante.
Para Mauro Silva, o impacto projetado realça a extrema injustiça do imposto de renda atual que penaliza muito a classe média.
