A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura manipulação em resultados de partidas de futebol na Câmara dos Deputados ouve, nesta terça-feira (13/6), representantes de entidades ligadas ao esporte. O colegiado apura fraudes ligadas a apostas esportivas.
A lista de convidados conta com Ronei Ferreira de Freitas, presidente da Federação Goiana de Futebol, e Cleyton Pereira dos Anjos, ex-presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol de Goiás.
Além disso, deputados que investigam apostas vão ouvir Júlio César Garcias, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do estado. A audiência está prevista para as 14h30 desta terça.
Os convites atendem a requerimentos protocolados pelos deputados Daniel Agrobom (PL-GO) e Yuri do Paredão (PL-CE).
“Ao convocar os presidentes das federações estaduais de futebol, a CPI busca obter informações precisas sobre a extensão do esquema de fraude, identificar possíveis conexões entre os envolvidos e tomar medidas efetivas para combater essa prática ilegal”, alegou o deputado Yuri do Paredão em requerimento.
Jogadores não localizados
Além dos representantes de entidades esportivas, foram convidados dois atletas para audiência desta terça: Eduardo Bauermann, do Santos, e Marcos Vinícius Alves Bezerra, conhecido como Romário, do Vila Nova.
Ambos os atletas são investigados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na Operação Penalidade Máxima, que apura manipulação no resultado de partidas de futebol para beneficiar investidores em apostas esportivas. Segundo a presidência da CPI, os jogadores “não foram identificados”.
Além da audiência com convidados, deputados devem votar, nesta terça-feira, requerimentos de convite a outros personagens ligados ao tema.
É o caso de João Studart (CEO da NSX Group Betnacional), Ernildo Júnior Farias (proprietário da Pixbet), Kimberlay Daly e Gustavo Silva (executivos da Betfair). Todos os nomes são ligados a empresas de apostas.
Investigações
A CPI das Apostas Esportivas tem presidência de Júlio Arcoverde (PP-PI) e relatoria de Felipe Carreras (PSB-PE). A discussão sobre o tema se intensificou após o Ministério Público do Goiás (MPGO) denunciar 16 pessoas por fraudes nos resultados de 13 partidas de futebol.
De acordo com as investigações, jogadores recebiam até R$ 100 mil para receber, propositalmente, cartões amarelos e vermelhos e, assim, beneficiar apostadores.
Os casos ocorreram em jogos de torneios de elite do futebol nacional, como as séries A e B do Campeonato Brasileiro, em 2022, e dos campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023. Oito jogadores acabaram afastados de seus clubes por suspeita de participação no esquema com apostas.
O tema ganhou novos contornos após o Metrópoles revelar que a máfia das apostas atuou para manipular um jogo do Flamengo dentro do Maracanã, no Rio de Janeiro, no ano passado.
