A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 no Congresso Nacional, Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que pedirá reconvocação de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), para prestar depoimento ao colegiado.
A informação foi compartilhada nesta quarta-feira (9/8), após a Polícia Federal prender Vasques com autorização de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação investiga o uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022.
Vasques foi preso preventivamente em Florianópolis nesta manhã. Além do mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor da PRF, a Polícia Federal cumpre outros dez mandados de busca e apreensão relacionados ao caso.
Silvinei prestou o primeiro depoimento à CPMI em junho deste ano para tratar das acusações de interferir no resultado das eleições, determinando a realização de blitzes em estados do Nordeste na data do segundo turno, para dificultar a chegada de eleitores aos locais de votação.
“Temos uma prisão em que há uma compatibilidade do ponto de vista da investigação da CPMI. Quando Silvinei esteve na comissão, ele mentiu de forma escancarada, em várias linhas”, ressaltou Eliziane.
Na época em que prestou depoimento à CPMI, Silvinei negou que o cargo na PRF tenha sido utilizado para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não seria eu que mudaria o resultado da eleição”, disse, em junho.
A relatora afirmou que, hoje, “mais do que nunca”, está clara a necessidade de reconvocação de Silvinei. Os requerimentos para pedir novo depoimento do ex-diretor devem ser votados na próxima sessão deliberativa da CPMI, a ser marcada por Arthur Maia (União-BA), presidente do colegiado.
Acareação
Eliziane também afirmou que apresentará requerimento para acareação entre Silvinei e membros da cúpula da PRF. O pedido tem como base relatórios obtidos pela CPMI que mostram pedido de aumento da força policial na região Nordeste no período eleitoral.
“Nos relatórios apresentados e nas ordens de serviços constava claramente um direcionamento desses policiais para a região Nordeste brasileira, inclusive com aumento de diárias. Ele teve uma dobra com a quantidade de policiais e, nos pontos em que haveria essa fiscalização, houve uma concentração de forma exagerada para a região Nordeste”, afirmou.
Eliziane também defende acareação entre Anderson Torres, ex-ministro de Justiça e Segurança Pública, que prestou depimento na terça-feira (8/9), e Leandro Almada, ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia.
Informações acessadas pela CPMI mostram que Torres e Almada se reuniram dias antes do segundo turno eleitoral.
