Após decisão de Toffoli, veja as derrotas já sofridas pela Lava Jato

Ministro Dias Toffoli, do STF, anulou provas das delações da Odebrecht na Lava Jato, mas a operação vem sofrendo reveses desde 2019

atualizado 06/09/2023 20:59

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Ex-procurador da República Deltan Dallagnol e ex-juiz federal e senador Sergio Moro Jefferson Rudy/Agência Senado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou, na última quarta-feira (6), a anulação do acordo de leniência da Odebrecht, em uma decisão que deve movimentar centenas de processos que envolvem as provas coletadas nesse acordo e que, na prática, pode gerar absolvição de réus.

Toffoli determinou, ainda, que os agentes públicos envolvidos na coleta das provas sejam investigados. O ministro decidiu que os autos devem ser encaminhados a diversos órgãos, dentre eles a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU), para que eles identifiquem os agentes que atuaram na confecção do acordo de leniência sem observar os procedimentos legais.

A decisão do ministro se soma a outras dezenas de derrotas sofridas pela Lava Jato de 2019 para cá. Os métodos dos procuradores e do ex-juiz federal e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), começaram a ser amplamente questionados depois do vazamento de conversas pelo site The Intercept Brasil, em uma série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato”.

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Ex-deputado federal Dallagnol sentado sozinho no plenário, prestes a perder o mandato

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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. Deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) passa a noite de seu último dia de trabalho como parlamentar, perambulando, isolado, pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Na ocasião, as mensagens mostraram decisões politizadas da equipe da Lava Jato, uma atuação muito próxima de Moro com os procuradores e dúvida da equipe sobre provas contra o então ex-presidente Lula pouco antes de apresentar a denúncia do caso do triplex de Guarujá.

Veja alguns dos reveses enfrentados pela força-tarefa:

Parcialidade do Moro

A exoneração de Sergio Moro do cargo de juiz federal para assumir a chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública foi vista como um sinal de parcialidade do ex-juiz. No início de outubro de 2018, às vésperas das eleições nas quais Jair Bolsonaro saiu vitorioso, Moro divulgou uma delação do ex-ministro Antonio Palocci que atingia diretamente Lula.

Em 2020, o STF decidiu que a delação de Palocci deveria ser excluída da ação em que Lula era acusado de receber propina da Odebrecht e apontou indícios de parcialidade de Moro, afirmando que ele quis criar um fato político às vésperas das eleições.

Condenação anulada

Em agosto de 2019, o STF anulou, pela primeira vez, uma sentença proferida por Moro. A Segunda Turma do Supremo decidiu derrubar a condenação de Moro contra o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine. Na época, os ministros acolheram as alegações da defesa, que afirmou que o então réu teve que entregar a sua defesa ao mesmo tempo em que os delatores da Odebrecht fizeram acusações.

Prisão em segunda Instância

Em 2019, o STF acabou com interpretação que permitia prender um réu após condenação em segunda instância, o que foi visto como um dos principais golpes contra a Lava Jato. No entendimento dos ministros, a prisão só deve ocorrer quando esgotar todos os recursos cabíveis. A decisão permitiu a soltura de Lula, que deixou a carceragem da Polícia Federal no dia seguinte.

Pacote anticrime

Uma das grandes defesas de Moro, o pacote anticrime foi aprovado no Congresso e sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro com um texto desidratado e com trechos que representavam uma verdadeira derrota ao então ministro.

Os dois principais pontos que foram incluídos no texto, a contragosto de Moro, foi  a proibição de que juízes comandem as investigações e os processos de um mesmo caso e a criação da figura do chamado “juiz de garantias”.

Fundo bilionário

Em 2019, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu um acordo entre a Lava Jato e a Petrobras que criaria um fundo bilionário anticorrupção. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fator Aras

Depois de tomar posse como procurador-geral da República, Augusto Aras fez diversas críticas à força-tarefa, disse que era necessário corrigir rumos para que o “lavajatismo” não perdurasse. A sua postura crítica foi esvaziando a Lava Jato, em um cenário de embate.

Em 2020, o procurador chegou a dizer que a força-tarefa de Curitiba era uma “caixa de segredos”. Naquele ano, houve um pedido de demissão coletiva na equipe da Lava Jato de São Paulo. No ano seguinte, o Ministério Público Federal anunciou o fim da força-tarefa de Curitiba. Os trabalhos da equipe foram incorporados pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).

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