Abin usou programa secreto para rastrear celulares na gestão Bolsonaro

Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usou programa de monitoramento que permitia acompanhar a localização de até 10 mil pessoas

atualizado 14/03/2023 16:24

Compartilhar notícia
Ramegem com Bolsonaro Igo Estrela/Metrópoles

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) operou um sistema de monitoramento em massa de celulares que permitia acompanhar, sem autorização, a localização de até 10 mil pessoas em todo o território nacional. A informação foi obtida pelo jornal O Globo, por meio de documentos internos da agência e relatos de servidores.

Segundo a reportagem, bastava digitar o número de telefone do proprietário do celular em um programa de computador para acompanhar em um mapa a última localização conhecida do aparelho. A prática suscitou questionamentos entre os integrantes da própria Abin. À época, a agência era dirigida por Alexandre Ramagem (foto em destaque), que hoje é deputado federal.

O programa de computador em questão se chama “FirstSmile” e foi criado pela companhia israelense Cognite. Empresas do estado israelita são conhecidas por vender ferramentas de espionagem a diferentes governos. Em 2021, o Tribunal de Contas da União (TCU) vetou a compra de um desses softwares no Brasil, da empresa Pégasus, durante o governo Bolsonaro.

O software desenvolvido pela Cognite foi comprado no fim de 2018, por meio de dispensa de licitação no valor de R$ 5,7 milhões, durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, e funcionou durante o governo Bolsonaro até meados de 2021. O programa descobria a localização por meio da triangulação de torres de celular. Era possível, inclusive, receber “alertas em tempo real” de alvos específicos.

Um integrante afirmou ao Globo que o programa operava em uma espécie de “limbo legal”, já que a legislação brasileira não veta o monitoramento de celulares. A justificativa para a ação seria a “segurança de Estado”. O problema, segundo esse servidor, é que não é possível saber quem teve acesso aos dados, já que não há registro de busca.

Questionada, a Abin confirmou que contratou os serviços da Cognite entre dezembro de 2018 e maio de 2021 e que o software não está mais em uso.

“Atualmente, a Agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito”, disse a Abin.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar
Sair da versão mobile