Contágio da malária, contaminação por mercúrio e desnutrição severa em crianças e adultos. Esse é o cenário de crise humanitária enfrentado pela população indígena Yanomami que se encontra nas terras localizadas em Roraima. Uma das causas apontadas por especialistas para o quadro é a falta de políticas públicas efetivas para o combate ao garimpo ilegal e para a assistência adequada à saúde. O caso Yanomami já resultou inclusive na morte de 570 crianças por desnutrição e outras causas evitáveis.
Nesse contexto, revela-se indispensável a atuação por meio da medicina especializada no combate à má nutrição, principalmente a desnutrição, da população local como medida necessária à proteção da saúde e reversão da gravidade do quadro.
Além dessa grave situação, dados divulgados pelo “Observa Infância”, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram que o Brasil registrou, em 2021, a maior taxa de hospitalizações de crianças menores de 1 ano associadas à desnutrição desde o início do acompanhamento – a cada 100 mil nascidos vivos, 113 precisaram de cuidados especiais.
Os casos citados também fazem outro alerta: a necessidade de centros de atendimento especializados em Nutrição no país para que essas situações não se repitam.
Isso porque esses casos reforçam a importância da Terapia Nutricional, que é entendida como um conjunto de procedimentos terapêuticos que visam à manutenção ou recuperação do estado nutricional, agindo contra doenças como a desnutrição.
A desnutrição ocorre quando o corpo não recebe nutrientes suficientes para o pleno funcionamento. Quando ocorre na primeira infância, está associada à maior mortalidade, à recorrência de doenças infecciosas e a prejuízos no desenvolvimento psicomotor.
Terapia Nutricional
Em Brasília (DF), a Terapia Nutricional é especialidade do Hospital Dia, e ocorre de duas formas*:
- Suplementação alimentar: feita por pacientes capazes de satisfazer adequadamente as necessidades nutricionais e metabólicas por via oral, após consulta clínica e exames complementares.
- Nutrição parenteral ou enteral: feita por pacientes incapazes de satisfazer adequadamente as necessidades nutricionais e metabólicas por via oral.
*Os procedimentos são regulamentados pela Anvisa. Vide, a propósito, a Resolução RCD nº 503, de 27 de maio de 2021, e a Portaria SVS/MS nº 272/1998.
“A importância do tratamento é o equilíbrio-nutricional do paciente, suprindo as necessidades individuais, visando à melhor qualidade de vida e retardando sintomas mais graves que a desnutrição ocasiona, que podem levar inclusive à óbito.”
Matheus Caputo, nutrólogo
De acordo com Caputo, aqueles que mais procuram o atendimento do H-Dia são portadores de doenças raras que atingem o trato gastrointestinal, em especial a síndrome do intestino curto, a retocolite ulcerativa e a Doença de Crohn. Ou, ainda, pacientes em situação de desnutrição por carência alimentar.
Inclusive, o H-Dia, referência na reabilitação de nutrição dos pacientes, sensibilizado com a situação dos Yanomami, coloca-se à disposição do governo federal para auxiliar com o apoio técnico-científico no cuidado de pacientes em estado de desnutrição.
Superação
No H-Dia, as experiências positivas são constantes. Pacientes que chegam com desnutrição gravíssima conseguem tanto uma melhora quanto uma evolução do quadro de forma significativa.
Esse é o caso da Ellen Marta, de 37 anos, portadora da Polipose – doença que provoca numerosos pólipos no cólon – e Síndrome do Intestino Curto.
Depois de virar rotina ficar pulando de pronto-socorro em pronto-socorro pelos hospitais de Brasília, Ellen foi orientada a procurar por um nutrólogo. Ainda assim, passou por algumas visitas frustrantes a clínicas tidas como especializadas até encontrar o H-Dia.
“Com uma equipe multidisciplinar, o hospital conseguiu reverter o complexo quadro de desidratação e desnutrição severa que eu tinha, mantendo-me nutrida com a Nutrição Parenteral Periférica desde então”, revela Ellen, que, quando completou 18 anos, fez a retirada de todo o intestino grosso e, recentemente, precisou retirar todo o estômago e parte do intestino delgado. Isso porque a partir do momento que a doença se manifesta em um órgão inteiro, a alternativa é a retirada total da estrutura.
“O diferencial do Hospital Dia é o tratamento da equipe multidisciplinar e o fato de fazerem com que eu me sentisse em casa. Os profissionais são como minha segunda família.”
Ellen Marta, paciente do Hospital Dia
Por ser um Centro de Referência em Reabilitação Nutricional e Intestinal, as pessoas que têm algum desequilíbrio no trato gastrointestinal ou alguma patologia que ocasione perda de peso de forma drástica, podem procurar atendimento no Hospital Dia.
Centro de referência em nutrição
Em Brasília, o H-Dia atua como expoente na recuperação do estado nutricional a nível nacional e lida com quadros de desnutrição de origem carencial ou patológicas.
Isso significa que boa parte das pessoas procuram o hospital para tratamento de reposição nutricional esporadicamente, esses considerados com desnutrição de origem carencial. E também existem pacientes que recorrem ao H-Dia em decorrência de patologias que desencadeiam diferentes níveis de desnutrição.
A Terapia Nutricional permite corrigir os déficits metabólicos e compensar o estado de hipercatabolismo dos pacientes em estado grave. Ela é capaz de corrigir a desnutrição prévia, previne o déficit calórico-proteico e mantém a hidratação e o equilíbrio eletrolítico, para obter a diminuição da morbidade e a redução do período de recuperação.
O Hospital Dia conta com uma equipe multiprofissional formada por médicos nutrólogos (adulto e pediátrico), nutricionista, enfermeiros, farmacêutico, psicólogo e fisioterapeuta, que atuam no cuidado integral e contínuo em Terapia Nutricional, no âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar.
“Temos soluções em Terapia Nutricional individualizada para pacientes que não necessitam de internalização permanente, trazendo melhor qualidade de vida aos pacientes e diminuindo custos para as operadoras de saúde”, aponta Caputo.