A doação de leite materno humano salva vidas. É um gesto de amor. Foi assim que a sargento Joselita Machado, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), definiu a atitude de diversas mães que doam o próprio leite para contribuir com a recuperação de bebês internados nos mais de 10 hospitais públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) que oferecem o serviço de maternidade. Há 20 anos, a militar faz parte de uma das equipes responsáveis pelo recolhimento das doações nas regiões administrativas da capital federal. Inclusive, desde 1989 o CBMDF promove a coleta.
“É muito gratificante fazer um trabalho que ajuda famílias e salva vidas. Muitos bebês que estão em situação delicada nos hospitais necessitam de doação. Com isso, eles têm uma recuperação mais rápida, porque o leite materno é o melhor alimento para um recém-nascido.”
Contudo, apesar do saldo positivo registrado em 2022, quando 7.160 mulheres participaram da Rede de Banco de Leite Humano do Distrito Federal ajudando a nutrir 14.577 crianças, a meta de 2 mil litros de leite por mês da Secretaria de Saúde não foi alcançada. O objetivo também não foi atingido no ano anterior, em que os números apontam 6.582 mães doadoras e 13.942 bebês nutridos.
E os meses de janeiro, fevereiro e março são os de maior baixa nas doações de leite materno. “As férias são sempre o período mais crítico para a rede. Para este ano, esperamos que as mães continuem doando. Esse trabalho de conscientização é muito importante para manter os estoques com bons níveis de leite”, afirma a sargento Joselita Machado.
* Apesar do DF ser referência em desempenho e resultados, bebês prematuros nascem todos os dias, por isso a conscientização para a doação precisa ser constante.
Benefícios
O leite materno humano é rico em nutrientes, além de proteger contra doenças, reduzir a mortalidade e o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta, segundo o Ministério da Saúde.
Toda a logística da coleta, processamento e distribuição do alimento na capital federal é de responsabilidade da Secretaria de Saúde do DF em parceria com o CBMDF.
Processo de coleta
A sargento Miriam Sathler, lotada nos Programas Sociais do CBMDF, explica que o trabalho de coleta das doações é feito em duplas pelos militares. Eles entregam e buscam frascos nas casas das doadoras para os hospitais, orientam as mães sobre as formas de armazenamento e dão instruções sobre cuidados com a higiene.
“O lema do Corpo de Bombeiros é vidas alheias e riquezas salvar. A coleta do leite materno significa salvar vidas por meio desse leite que tem poder nutricional comprovado e é um dos alimentos mais importantes para os bebês”, ressalta.
O procedimento de coleta é mais simples do que se imagina:
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, a coleta deve ser feita em um local limpo e tranquilo, e o leite deve ser colocado em potes de vidro com tampa plástica, que devem ser fervidos por 15 minutos. O uso de touca e máscara é muito importante para evitar contaminações, além da higienização das mãos, braços e cotovelos com água e sabão. O leite pode ficar até 10 dias no congelador ou freezer.
Toda mulher que esteja em boas condições de saúde e não tome medicamentos que interfiram na amamentação pode se dispor a doar voluntariamente.
Veja aqui o passo a passo para uma coleta segura.
Para conhecer a rota de coleta feita semanalmente pelo CBMDF, clique aqui.
Como doar?
As interessadas devem entrar em contato com o banco de leite mais próximo da residência ou ligar para o 160, opção 4.