Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Requião diz que caso Evandro é uma “esculhambação para o Judiciário”

Justiça constatou que depoimentos foram obtidos sob tortura e anulou as condenações de todos os acusados por assassinato no caso Evandro

atualizado 10/11/2023 15:05

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Roberto Requião Eduardo Matysiak/Divulgação

Roberto Requião, governador do Paraná na época em que o garoto Evandro Caetano foi assassinado, afirmou à coluna que a anulação das condenações dos acusados representa uma esculhambação para a atuação do Judiciário no Brasil. O caso Evandro remonta a abril de 1992.

“Quem condenou foi o Judiciário. Quem anulou foi o Judiciário. Não tenho comentários a fazer. É uma esculhambação para o Judiciário do Brasil”, disse Requião. O ex-governador acrescentou que seria interessante assistir a uma entrevista com os promotores do Ministério Público (MP) responsáveis pelas denúncias. O MP admitiu, no julgamento, que as condenações dos acusados não foram justas.

Na época em que exercia o mandato, Requião disse que a materialidade do crime estava comprovada e que os acusados deveriam ser “exemplarmente punidos”. Em 2021, em entrevista ao documentário “O caso Evandro”, da Globoplay, Requião afirmou que não acompanhou as investigações de perto e que a imprensa já havia condenado os acusados, o que pressionou a Secretaria de Segurança do Paraná a firmar posição.

A anulação das condenações dos quatro acusados pelo assassinato ocorreu na quinta-feira (9/11), após a Justiça comprovar que os depoimentos e confissões foram obtidos sob tortura policial. Requião declarou, na mesma entrevista ao documentário, que só soube das torturas ao assistir ao programa. “É de uma boçalidade, de uma irracionalidade absoluta”, disse, à época.

Reprodução
O garoto Evandro Ramos Caetano foi assassinado em abril de 1992

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