Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Renan pede à CVM para investigar Braskem por desastre em Maceió

Senador Renan Calheiros mandou ofício à CVM nesta terça-feira (9/5) acusando Braskem de fraude contábil

atualizado 09/05/2023 19:18

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Imagem aérea mostra afundamento de bairros em Maceió (AL) por conta da mineração - Metrópoles Igo Estrela/Metrópoles

O senador Renan Calheiros pediu, em ofício à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que a Braskem seja investigada por supostamente informar incorretamente seu passivo ambiental.

Para Calheiros, a Braskem subestima o valor do passivo ambiental após o desastre provocado pela ação da empresa em Maceió.

A Petrobras e a Odebrecht vão vender suas ações na Braskem. Na semana passada, possível proposta de compra apresentada pela Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) e pela gestora Apollo, dos Estados Unidos, fez as ações da empresa dispararem.

No ofício à CVM, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, onde ocorreu o desastre, pede como líder da maioria do Senado que o passivo ambiental da Braskem seja investigado antes de uma possível venda.

“A evidenciação incorreta dos passivos da Braskem S.A se traduz em verdadeira omissão de informação relevante, com prejuízos aos titulares de valores mobiliários e aos investidores do mercado, afetando negativamente o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações”, diz o senador.

O afundamento geológico devido à exploração da empresa na região fez com que a empresa pagasse mais de R$ 2 bilhões às famílias da região. Renan, alinhado ao governador do estado, Paulo Dantas, sustenta que a dívida é maior do que a empresa tem declarado, especialmente devido a ações judiciais que ainda estão em andamento, e pode chegar a até R$ 13 bilhões.

O governo de Alagoas e a Defensoria Pública do estado têm ações em aberto contra a empresa. Nas demonstrações financeiras do final de 2022, a Braskem declarou uma provisão de R$ 6,6 bilhões para “fazer frente às obrigações decorrentes do evento geológico ocorrido na cidade de Maceió”.

Na Câmara dos Deputados, os deputados Alfredo Gaspar, Marx Beltrão e Fábio Costa, de Alagoas, propuseram um projeto de lei sobre desastres ambientais especificando qual a responsabilidade das empresas em desastres como o que ocorreu em Maceió. A proposta é de que as empresas sejam obrigadas a ressarcir um valor equivalente à completa reparação da área destruída.

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