Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Paraense, Jader Filho concentra verba do ministério na Região Norte

Ministro foi criticado no Congresso por liberação em Belém, mas região continuou sendo privilegiada nos repasses

atualizado 27/09/2023 13:45

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Divulgação/Prefeitura de Belém

O ministro das Cidades, Jader Filho, do Pará, tem concentrado os repasses da verba para negociação política com o Congresso em cidades da região Norte.

Apesar de ser a região com a segunda menor população do país, o Norte recebeu R$ 140 milhões dos R$ 302 milhões da verba que é usada para negociação política, o RP 2 “A 400” (veja aqui o que significa a sigla).

Além de ter enviado R$ 50 milhões a Belém (PA), sua cidade, o que gerou revolta de deputados da base aliada que esperam ser agraciados com recursos, foram R$ 24 milhões para Manaus (AM), R$ 10 milhões para Caruari (AM) e R$ 10 milhões para Labrea (AM).

Em seguida, Água Azul do Norte (PA), Marabá (PA) e Itamarati (AM) receberam R$ 4,8 milhões cada uma até setembro deste ano.

A distorção fica evidente em uma conta per capita, de dinheiro enviado dividido por habitante. Para a Região Norte, foram R$ 8 por habitante. Em segundo lugar, o Nordeste, que recebeu R$ 88 milhões, teve o equivalente a R$ 1,6 por pessoa, já sua população é bem maior.

Além da região, o partido dos beneficiados também coincide, por vezes, com o do ministro. Caruari e Labrea, ambas no Amazonas, foram a terceira e a quarta cidade que receberam mais verba. Seus prefeitos são do MDB de Jader Filho.

Procurado, o ministério disse à coluna que “todos os recursos empenhados, referente ao plano orçamentário A400, foram realizados conforme os critérios estabelecidos na Portaria MCID Nº 528, de 12 de maio de 2023”.

“Ressalta-se que, dos R$ 140 milhões empenhados na região norte, o montante de R$ 50 milhões se refere a contrato de repasse firmado com a Prefeitura de Belém para ações de requalificação do Parque do Igarapé São Joaquim, o qual se configura como apoio do Governo Federal para preparar o município para sediar a COP 30.”

Via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Ministério das Cidades negou que a verba do ministério esteja sendo usada para atender pedidos de parlamentares aliados e negou a existência de qualquer pedido ou ofício encaminhado ao ministério nesse sentido.

 

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