Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Nunes demite secretário do Clima de São Paulo após fala negacionista

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes demitiu secretário de Mudancas Climáticas, em comum acordo, após falas negacionistas virem à tona

atualizado 14/07/2023 11:24

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Antonio Fernando Pinheiro Pedro, secretário executivo de Mudanças Climáticas de SP Divulgação/Prefeitura de SP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, demitiu o secretário de Mudanças Climáticas, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, na noite desta quinta-feira (13/7), após seu posicionamento negacionista sobre aquecimento global vir à tona. A demissão ocorreu a pedido de Pinheiro Pedro.

Como revelou o repórter Bruno Ribeiro, do Metrópoles, Pinheiro Pedro causou polêmica em um evento ao dizer que o planeta “se salva sozinho” do aquecimento global. Ele minimizou o papel do ser humano no combate ao problema e disse que as razões para o aumento da temperatura na Terra são fatores “de ordem geológica”, “cósmica” e “solar”.

Após a fala vir à tona, Nunes teve uma reunião com Pinheiro Pedro na noite desta quinta-feira, em seu gabinete. A interlocutores, o prefeito disse que deu ao secretário a oportunidade de explicar se foi mal interpretado.

A repercussão negativa preocupou a Prefeitura, que tem feito propaganda das ações de combate ao aquecimento global, como o incentivo a ônibus elétricos e reforço no aumento da cobertura vegetal da cidade. Essas políticas públicas, inclusive, são coordenadas pelo próprio Pinheiro Pedro.

O secretário chegou a sugerir fazer uma nota de esclarecimento de sua fala e se corrigir publicamente. Após a conversa, no entanto, o prefeito e o secretário concordaram que a exoneração seria a melhor saída.

Em nota, a Prefeitura afirmou que o cargo de Pinheiro Pedro será ocupado interinamente por Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente, a partir desta sexta-feira (14/7).

Já Pinheiro Pedro enviou uma nota dizendo que, sob sua gestão, a Prefeitura conseguiu ampliar a cobertura vegetal de 48% para 54% em dois anos, além de estimular a aquisição de ônibus elétricos e fazer embargos de loteamentos ilegais.

Ele diz ter sido vítima de “difamação” e nega ter assumido uma posição negacionista em relação ao clima. “Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima”, afirmou.

 

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