Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

“Guerra e paz” de Portinari trocará a sede da ONU pela China em 2024 

Painéis "Guerra e paz", de Candido Portinari, ficam na sede da ONU, em Nova York; obras de duas toneladas serão expostas na China em 2024

atualizado 27/10/2023 12:35

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"Guerra e paz", de Candido Portinari Divulgação

Os célebres painéis “Guerra e paz”, de Candido Portinari, vão deixar temporariamente a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no ano que vem. O plano é que as obras sejam expostas na China, para celebrar os 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China.

Os painéis “Guerra e paz” foram apresentados ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1956, dias antes da doação à ONU. Cada painel pesa uma tonelada e mede 14 metros de altura e 10 metros de largura. O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu o seguinte sobre aquela noite: “O deslumbramento inicial da visão ainda me habita, e não sei de outras palavras com que lhes fale da exposição de ‘Guerra e paz”.

Outra testemunha daquela exposição foi João Candido Portinari, filho do pintor, aos 17 anos. Hoje, o professor está à frente do Projeto Portinari, que faz exposições ao redor do mundo com a prolífica obra do pai. João Candido tem mantido conversas com autoridades brasileiras e chinesas.

A tendência é que a exposição aconteça em novembro do ano que vem na China. A cidade ainda não foi definida. Além dos dois painéis, serão apresentados esboços de esboços de “Guerra e paz” — há 200 deles — e uma seção interativa, com projeções da obra de Portinari.

Portinari não pôde ver sua obra instalada na sede da ONU. O pintor morreu em 1962, seis anos depois da doação. Por causa de suas convicções políticas de esquerda, teve o visto negado pelos Estados Unidos nos tempos de Guerra Fria.

O filho de Portinari articula ainda para que os painéis sejam expostos em Roma em abril de 2025, mas as conversas ainda devem avançar nos próximos meses.

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