Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Delgatti é acusado de calúnia na Justiça por procurador da Lava Jato

Hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti deu entrevista dizendo que procurador "aceitou dinheiro" de Renato Duque

atualizado 10/09/2023 1:22

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O hacker Walter Delgatti Neto, que diz ter sido contratado pela deputada Carla Zambelli para tentar invadir o sistema das urnas eletrônicas e invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é processado por calúnia contra Januário Paludo, ex-procurador da Operação Lava Jato.

Em entrevista aos jornalistas Thiago Bronzatto e Robson Bonin, em 2019, Delgatti disse que, nas mensagens da Vaza Jato obtidas por ele, havia um áudio “em que o procurador está aceitando dinheiro do Renato Duque”, referindo-se ao ex-diretor da Petrobras condenado na Lava Jato.

O áudio, porém, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), se refere a uma negociação de delação premiada, em que os valores citados são os que deveriam ser restituídos aos cofres públicos. Na entrevista, Delgatti chega a ser questionado sobre se o assunto era esse, e nega.

O MPF cita ainda que Delgatti, se passando por um jornalista, já havia encaminhado o áudio ao procurador Danilo Dias, então Procurador Regional da PRR/1ªRegião, também acusando Paludo de irregularidades.

“Não logrando sucesso em seu intento, o hacker ainda, simulando ser o Conselheiro do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) Marcelo Weitzel Rabello de Souza, por meio da captura de sua conta, enviou o mesmo áudio ao Procurador José Robalinho Cavalcanti, então presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).”

“Embora diversos procuradores tenham ouvido o áudio, nenhum deles compreendeu ter sido praticado qualquer ilícito, novamente não logrando êxito o hacker em seu objetivo”, diz relatório da Operação Spoofing, que investigou a invasão do Telegram dos procuradores da Lava Jato.

Procurada, a defesa de Delgatti disse à coluna que não tem conhecimento da acusação. A denúncia foi apresentada pelo MPF em agosto de 2021. No mesmo mês, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região remeteu o processo a Araraquara, onde considerou ser o foro correto para a ação judicial.

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