Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Berço da milícia no RJ foi alvo de apenas oito operações em três anos

Em contrapartida, a favela Cidade de Deus, separada por uma distância de 5km, sofreu 80 operações no mesmo período

atualizado 16/11/2023 16:22

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O Rio das Pedras, comunidade considerada o berço da milícia no Rio de Janeiro, foi alvo de apenas oito operações da Polícia Militar nos últimos três anos. Em contrapartida, a favela Cidade de Deus, também no bairro Jacarepaguá e separada por uma distância de cinco quilômetros, sofreu 80 operações no mesmo período. Ao contrário do Rio das Pedras, a Cidade de Deus é controlada pela facção Comando Vermelho.

O número de operações na Cidade de Deus é mais que o dobro até do total de operações feitas nas três principais comunidades do bairro dominadas por milicianos. Além das oito no Rio das Pedras, a Gardênia Azul foi alvo de 23 ações policiais e a Muzema de três, entre 2020 e 2023.

Os dados são da planilha de controle de operações do Ministério Público do Rio de Janeiro no âmbito da ADPF 635, ação que tem como objetivo a redução da letalidade policial no estado. A diferença entre a atuação do estado nas comunidades controladas pela milícia e pelo Comando Vermelho mostra a atuação direcionada da segurança fluminense contra o tráfico, e a falta de ação contra a milícia.

Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o Rio das Pedras abrigava a sede do Escritório do Crime, organização criminosa chefiada pelo miliciano e matador de aluguel Adriano da Nóbrega, ligado à família Bolsonaro e assassinado na Bahia em uma suposta troca de tiros com policiais, enquanto fugia da Justiça. Recentemente, a região era comandada pelo ex-sargento da PM Dalmir Barbosa e seu filho Taillon.

Dalmir e Taillon foram presos pela Polícia Federal em 1º de novembro deste ano. O nome de Taillon ficou em alta após um médico ser assassinado por engano na orla da Barra da Tijuca porque fora confundido com Taillon.

Também na Zona Oeste da capital fluminense, Santa Cruz, bairro dominado pela milícia do Zinho, foi alvo de apenas nove operações desde 2020. Foi o grupo criminoso comandado pelo miliciano Zinho que, em 22 de outubro, incendiou 35 ônibus e um trem no Rio de Janeiro.

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